sábado, agosto 19, 2023

Confissão de Mauro Cid é 'indiferente', dizem investigadores


Delegados que integram a investigação sobre as joias dizem que, a essa altura da investigação e com a robustez dos elementos de provas, a prometida confissão – ou confirmação de Mauro Cid – sobre o esquema de vender ilegalmente o Rolex e repassar o dinheiro a Jair Bolsonaro ou a Michelle é "indiferente".


Fontes afirmam que “tem situação com tanta, mas tanta prova documental, fotos etc., que a confissão dele é indiferente”.


O advogado de Mauro Cid voltou a falar à GloboNews nesta sexta-feira sobre o caso. Cezar Bittencourt disse que a reportagem publicada pela revista “Veja” no dia anterior foi equivocada e que ele se referiu apenas à venda de uma joia: o relógio Rolex - e não a todas as joias. E voltou a afirmar que Mauro Cid agiu cumprindo ordens de Bolsonaro e que o dinheiro da venda do relógio foi entregue à família Bolsonaro.


“Eu falei só do relógio, que é uma joia. Eu gosto de Rolex também, quem não gosta? Como não deu o que se pretendeu inicialmente, daí o chefe dele: 'Resolve esse problema do Rolex.' Cid foi resolver, pegou o Rolex, tentou vender. Vendeu. Transportou parte do dinheiro, teve que transportar para a conta do pai que não tem nada a ver com o assunto, e veio, chegou aqui em Brasília. Não ia ficar com isso porque não é dele. Vai transferir para quem de direito. É isso, mais ou menos isso. Por isso é diferente do publicado na ‘Veja’”, disse o advogado Cezar Bittencourt.


A revista “Veja” publicou os áudios da entrevista com o advogado para comprovar que ele se referiu a mais de uma joia.


Cezar Bittencourt: “O Cid não nega os fatos, ele assume que foi pegar as joias. ‘Resolve esse problema’. Ele foi resolver. ‘Vende a joia’. Ele vende a joia”.

Repórter: “Quando o senhor fala ‘resolve isso’, ‘vende as joias’, é ordem do Bolsonaro?”

Cezar Bittencourt: “É”.

Pouco depois, o advogado de Jair Bolsonaro também falou à GloboNews. Paulo da Cunha Bueno confirmou o contato com o advogado de Cid na noite de quinta-feira (17). Disse que foi uma conversa de cerca de dois minutos, antes da edição da “Veja”, e que Cezar Bittencourt deve ter se confundido, e que apenas ofereceu a ele o acesso aos autos das investigações, porque soube que o colega não teve acesso ainda.


Paulo Bueno afirmou, mais uma vez, que Jair Bolsonaro não recebeu nenhum valor de Cid por qualquer venda. O advogado defendeu que, de qualquer forma, Bolsonaro tinha o direito de vender as joias, porque, segundo ele, seriam do patrimônio particular do então presidente. Mas deveria comunicar antes à União, dando direito de preferência do Estado brasileiro para adquirir aquele bem - e isso não foi feito. Para o advogado, não haveria crime neste caso, somente uma infração administrativa.


“É uma falha administrativa que, porém, não transforma, não convola o bem instituído como privado em público e o torna objeto material de um eventual delito de peculato. Essa é simplesmente uma irregularidade. É como se você fosse alienar o seu imóvel e não desse o direito de preferência ao seu inquilino”, disse Paulo da Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro.


A "indiferença" em relação à confissão de Cid só muda se ele avançar com novos elementos e “apresentar provas”, disseram fontes da investigação.


Fonte: Blog da Camila Bomfim

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