segunda-feira, maio 22, 2023

Ministério piora estimativa de rombo para as contas do governo federal em 2023


Os ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda divulgaram nesta segunda-feira (22) uma piora na estimativa de rombo para as contas públicas em 2023.


A previsão é que o chamado déficit primário fique em R$ 136,2 bilhões, ante a projeção anterior, feita em março, de rombo de R$ 107,6 bilhões.


O déficit primário acontece quando as despesas ficam acima das receitas e não considera os gastos com os juros da dívida pública. Quando as receitas são maiores, o resultado é de superávit.


A informação consta do relatório de receitas e despesas do orçamento relativo ao segundo bimestre deste ano. O relatório é divulgado a cada dois meses.


Apesar da piora, o governo foi autorizado pelo Congresso a ter um rombo de cerca de R$ 230 bilhões neste ano.


Motivos

Segundo a equipe econômica do governo, a pioria na estimativa de déficit para este ano se deu devido ao aumento de despesas, principalmente às atreladas ao salário mínimo.


Em maio, o governo aumentou o piso salarial para R$ 1.320, o que elevou também parte dos benefícios previdenciários, o abono salarial (14º pago a trabalhadores que recebem até 2 salários mínimos) e o seguro-desemprego.


Ao todo, em relação ao 1º bimestre, houve aumento na projeção para as seguintes despesas:


+ R$ 7,3 bilhões: complementação para o piso da enfermagem

+ R$ 6,0 bilhões: benefícios previdenciários

+ R$ 3,9 bilhões : abono e seguro desemprego

+ R$ 3,9 bilhões: apoio financeiro a estados e municípios (Lei Paulo Gustavo)

No caso das receitas, o governo espera que elas aumentem com dividendos e participações (+ R$ 5 bilhões) e com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) (+ 3,1 bilhões), mas diminua no caso de:


exploração de recursos naturais: - R$ 5,6 bilhões

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins): - R$ 4,2 bilhões

arrecadação líquida para Regime Geral de Previdência Social (RGPS): - R$ 4,1 bilhões

imposto de importação: - R$ 3,8 bilhões

Melhora até o fim do ano


Apesar da piora na projeção para o déficit das contas públicas em 2023, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o governo continua confiante que será possível fechar o ano com um rombo menor que R$ 100 bilhões.


Segundo ele, o relatório de avaliação de receitas e despesas do segundo bimestre não considerou medidas de incremento de arrecadação que estão sendo feitas pelo governo, como o projeto com regra pró-governo no caso de empate em julgamentos do Carf.


O relatório também não considerou a cobrança que a Receita Federal pretende fazer em cima de cerca de 5 mil empresas que reduziram recolhimento de Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de forma considerada irregular, na visão do Fisco.


Ceron também não descartou que novas medidas para aumentar a arrecadação sejam adotadas, se necessário.


fonte: g1

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