segunda-feira, abril 10, 2023

MP pede condenação de acusados de colocar explosivo perto do aeroporto de Brasília


O Ministério Público do Distrito Federal pediu nesta segunda-feira (10) que Justiça condene dois homens acusados de envolvimento na tentativa de explosão de um artefato instalado em um caminhão-tanque de combustível, nos arredores do aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado.


Segundo manifestação da promotora de Justiça Vera Gomes obtida pela TV Globo, a ação tinha objetivo de “criar pânico na população e, com isso, motivar imaginária ação militar no país”.


São réus na Justiça do DF pela tentativa de explosão: George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Welligton Macedo de Souza.


O MP pediu a condenação de Alan Diego dos Santos e George Sousa pelo crime de explosão, que e “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos. A pena é de 3 a 6 anos de prisão e multa.


No entanto, o Ministério Público considera que é preciso aumentar a pena em 1/3, já que o crime foi cometido tendo como alvo depósito de combustível.


Como um forte arsenal foi apreendido com George Sousa, o MP também pediu que seja condenado pelo porte ilegal de armas e pela posse de arma de fogo de uso restrito. Ele era CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).



A análise da conduta de Wellington Macedo está suspensa pela Justiça porque ele está foragido.


À Justiça, a promotora afirmou que a investigação reuniu elementos que comprovam a autoria dos crimes praticados pelos acusados, como vídeos, laudos periciais e relatórios.


“O plano dos réus era mesmo colocar o artefato perto do aeroporto, plano, aliás, que foi relatado por George Washington em conversa com vizinhos, conforme informação obtida pelos órgãos de inteligência e relatado pelas testemunhas policiais em juízo. O objetivo era criar pânico na população e, com isso, motivar imaginária ação militar no país”, escreveu.


Para Vera Gomes, a ligação de um dos acusados para a polícia não representou arrependimento, mas representou mais uma tentativa de gerar novo tumulto.


“As ligações feitas não evidenciam arrependimento pelo crime praticado, e sim a manutenção do intento de causar pânico, ainda mais porque indicou, falsamente, a existência de bombas também dentro do aeroporto, indicando o propósito de desviar a atenção das autoridade”, afirmou.


Investigação

Os investigadores dizem que o plano foi feito no acampamento montando em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, por onde passaram bolsonaristas radicais com ideias golpistas.


Segundo a investigação, a ideia inicial dos criminosos era que o explosivo fosse colocado próximo a um poste, para prejudicar a distribuição de energia elétrica na capital. De última hora, a decisão mudou e o objeto foi colocado no caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação.


A Polícia Militar detonou, na véspera de Natal, o explosivo após o artefato ser encontrado pelo motorista do caminhão-tanque. À época, o homem não soube dizer quem havia deixado o material ali e a polícia descartou a participação dele no caso.


O caso não impactou as operações no aeroporto, tendo as decolagens e pousos sido mantidos normalmente.


No mesmo dia, George Washington de Oliveira Sousa foi preso pela polícia por suposto envolvimento no caso. Ele veio do Pará a Brasília para participar das manifestações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorriam no quartel-general do Exército.


O homem foi localizado e preso em um apartamento no Sudoeste, na região central do DF, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto. Com ele, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.


Fonte: g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!