terça-feira, novembro 01, 2022

Tropa de Choque da PM é enviada para desobstruir rodovias em SP bloqueadas por bolsonaristas

O governo de São Paulo enviou a Tropa de Choque da Polícia Militar para retirar bolsonaristas que bloqueiam vias no estado.


Tropa de Choque na Castello Branco — Foto: Reprodução/TV Globo


No início da tarde, o efetivo estava na Rodovia Castello Branco, em um trecho perto de Osasco que está interditado desde o início da manhã desta terça (1°), e também na Rodovia Régis Bittencourt, que foi liberado.


Às 13h, um grupo interditava a alça de acesso da Rodovia Hélio Smidt para o viaduto Professor Jossei Toda, que segue para a Avenida Monteiro Lobato, em Guarulhos. Eles permanecem na área, mas não fecham o tráfego.


Tropa de Choque na Rodovia Régis Bittencourt — Foto: Reprodução/TV Globo

Motoristas esvaziam pneu de caminhão para não retirar veículo da pista — Foto: Reprodução/TV Globo

Policiais militares na Rodovia Régis Bittencourt — Foto: William Santos


Em entrevista coletiva no final da manhã, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), disse que a Polícia Militar atua nos protestos e não descartou o uso da força caso os bolsonaristas insistam em permanecer nas vias.


"A partir de agora, nós vamos aplicar aquilo que determina a decisão judicial, iniciando com multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que esteja contribuindo com essa obstrução. A partir também daí fichando e, eventualmente, prendendo àqueles manifestantes que resistirem à desobstrução das vias e, se necessário, o emprego de força."


Tropa de Choque ocupa Castello Branco para retirar bolsonaristas — Foto: Reprodução/TV Globo


Durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Garcia disse que a gestão tenta dialogar desde segunda-feira (31). Sem acordo, a partir desta terça, passou a valer a decisão do STF.


"Nós procuramos dialogar e negociar com esses manifestantes para que as vias públicas fossem desobstruídas desde ontem e, hoje, pela manhã, em virtude da decisão do Supremo Tribunal Federal, as negociações se encerram."


Garcia também defendeu a democracia e o respeito ao resultado das urnas. Os bolsonaristas são contrários ao resultado da eleição de domingo (30) para a Presidência da República.


"As eleições acabaram, nós vivemos num país democrático, São Paulo respeita o resultado das urnas, e nenhuma manifestação vai fazer com que a democracia do Brasil retroceda."

Presente também na coletiva de imprensa, o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, disse que "não será um bloqueio feito por meia dúzia de arruaceiros que vai impedir a consolidação da democracia e da vontade da população do estado de São Paulo e do Brasil inteiro".


Investigação MP

Nesta segunda (31), o Ministério Público de SP constituiu um núcleo de atuação Integrada composto por membros da Promotoria de Justiça da Habitação e do Urbanismo da Capital e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para investigar em que circunstâncias estão ocorrendo os bloqueios.


Segundo Sarrubo, os bolsonaristas fazem parte de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil.


"O Gaeco está investigando porque, na visão do Ministério Público, trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil. Trata-se de uma manifestação de desrespeito ao resultado das urnas, de desrespeito à vontade do povo brasileiro, de maneira que o Ministério Publico não se curvará a quem quer que seja, e defenderemos a democracia e trabalharemos pela paz da população do estado de são Paulo e do Brasil de forma absolutamente intransigente."

Na manhã desta terça (1°), havia protestos na Castello Branco, na altura de Osasco, e no Rodoanel. A Regis Bittencourt permaneceu parcialmente interditada no km 280 nos sentidos São Paulo e Curitiba e foi liberada por volta das 15h50.


Aeroporto

Na Hélio Smidt, o protesto, que começou na noite de segunda (31) e terminou por volta das 10h desta terça afetou a operação no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.


Segundo a GRU Airport, 13 voos foram cancelados, nesta terça-feira, e cinco sofreram atrasos. Na segunda, 12 voos tinham sido cancelados.


Rodízio e Comitê preventivo

Apesar dos transtornos, o rodízio municipal de veículos segue mantido, segundo a prefeitura. A restrição nesta terça é para veículos com placas finais 3 e 4, entre 7h e 10h e entre 17h e 20h.


Em nota, o prefeito em exercício, Milton Leite, disse ter estabelecido um comitê preventivo de crise para evitar o desabastecimento de prioridades, como medicamentos e combustíveis, por exemplo.


No texto, a gestão municipal ainda afirma que foi determinado à Guarda Civil Metropolitana que fique à disposição para evitar a obstrução das estradas que ficam em trechos dentro de São Paulo, como a Marginal Tietê.


EMTU

Segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), as manifestações na Rodovia Anhanguera, na região de Campinas e Sumaré, afetam as seguintes linhas de ônibus:

636EX1, 636, 636PR2, 637, 638, 651, 657, 658, 659, 663, 664, 740, 649, 661, 652, 652EX1, 653, 654, 635, 633, 633VP1 e 666, que estão estão operando com até 15 minutos de atraso.

Na Rodovia Régis Bittencourt, próximo a Embu das Artes, as linhas prejudicadas são:


002, 030, 030BI1, 032, 033, 056, 239, 511 e 808, que estão operando com até 30 minutos de atraso.


Marginal Tietê

Na Marginal Tietê, o bloqueio ocorre no sentido Ayrton Senna, na altura da Ponte das Bandeiras. Na pista expressa há bloqueio total. Na central, a faixa da esquerda foi liberada e, na local, a da direita.



Decisão do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, reforçou nesta terça-feira (1º) que as polícias militares dos estados podem desobstruir, inclusive, as estradas federais bloqueadas no país e identificar, multar e prender os responsáveis pelos bloqueios.


Segundo balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), há bloqueios em 227 rodovias federais. Desde o último domingo (30), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a impedir o fluxo em vias por todo o país contra o resultado das eleições.


Nesta segunda-feira, Alexandre de Moraes já havia determinado às polícias que adotassem as medidas necessárias para desbloquear as vias. A maioria dos ministros do STF já votou por manter a decisão.


Fonte: g1

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