quarta-feira, novembro 02, 2022

Bolsonaro vai 'infernizar a vida do país até o último dia' para negociar garantias após deixar o poder, analisa Maria Cristina Fernandes

Derrotado nas eleições presidenciais, o presidente Jair Bolsonaro demorou dois dias após a vitória do adversário Lula para finalmente se pronunciar.


O presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento nesta terça (1º) em Brasília — Foto: Eraldo Peres/AP


Em um discurso que durou pouco mais de dois minutos, Bolsonaro seguiu questionando as eleições e deixou para o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, reconhecer a vitória do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e anunciar o início do governo de transição.


A fala de Nogueira, segundo a análise de Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal "Valor Econômico", em entrevista a Renata Lo Prete, mostrou um ministro que tentava apaziguar a birra de um chefe de Estado.


"É como quem diz assim: 'Olha, deixa que eu negocio por ele. Ele é muito criança, ainda não tem condição de falar. Deixa que eu falo com ele', diz.

Enquanto isso, grupos bolsonaristas bloquearam estradas e rodovias federais em pelo menos 23 estados e no DF, causando o cancelamento de voos e impedindo a chegada de alimentos e até medicação para pacientes que precisam de hemodiálise para sobreviver.


Para Maria Cristina Fernandes, Bolsonaro tenta manter o "estado de mobilização, nas estradas ou por outro meio", diante de seu isolamento após a derrota.


"Tudo o que ele conseguiu fazer com esse pronunciamento é mostrar que ele vai infernizar a vida do país até o último dia", diz. O objetivo, segundo a jornalista, seria esticar a corda para conseguir garantias após ficar sem foro privilegiado pela primeira vez em mais de 30 anos.


"Ele quer uma anistia, quer um indulto presidencial, quer uma graça presidencial. Ele quer negociar a vida depois do poder."


Fonte: g1

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