sábado, outubro 01, 2022

Policiais do RN vão utilizar coletes emprestados nas eleições

Os policiais militares que atuarão nas eleições do Rio Grande do Norte vão utilizar coletes balísticos emprestados por outros estados para o pleito eleitoral deste domingo (02). A informação foi confirmada à TRIBUNA DO NORTE por nota da Polícia Militar do RN, que alegou que o processo licitatório teve entraves burocráticos e não conseguiu ser finalizado a tempo. 


Magnus Nascimento
Polícia Militar disse que trâmite para aquisição de coletes atrasou


“A Corporação ressalta que realizou processo licitatório para compra de coletes balísticos, todavia, houve um recurso de uma empresa concorrente na justiça, que atrasou os trâmites de aquisição dos equipamentos em mais de 2 meses. Sendo assim, a Instituição adquiriu 300 coletes balísticos e abriu um processo licitatório para a aquisição de mais 2.035 coletes, que em breve estarão sendo entregues pela empresa ganhadora”, diz trecho da nota da PM. 


A Polícia Militar não informou a quantidade de coletes emprestados nem de quais estados os equipamentos vieram. 


Para Márcia Carvalho, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN, criticou a situação da PMRN e disse que “não garantir os equipamentos aos policiais, é um ato de irresponsabilidade do Governo do Estado”, disse.


“Sobre os equipamentos, é um fato, não há equipamentos para todos. Não há nem mesmo na rotina diária, imagine em um evento que requer um desdobramento ainda maior da segurança pública. Não existe colete e armamento para todos. Talvez o policial vá sim para uma escola desarmado. Questionamos ainda de onde virá esse empréstimo de coletes se estão todos atuando em prol da segurança nas eleições?”, questionou. 


Para o atual presidente da Associação de Cabos e Soldados do Rio Grande do Norte, Carlos Cortez, o empréstimo de coletes balísticos “embora pareça resolver o problema por hora, demonstra o quanto a Polícia Militar do RN trabalha sem a estrutura e condições adequadas para a prestação do serviço a sociedade”. 


“Destaque-se que o colete balístico é um equipamento de proteção individual - EPI essencial para o desempenho da função policial militar de policiamento ostensivo, e pode ser o divisor entre a vida e morte de um militar em uma ocorrência de confronto armado. É oportuno também lembrar que alguns policiais militares, por vezes, também encontram dificuldade para “cautelarem” pistolas para uso individual, em especial, a cautela que possibilita o deslocamento com o armamento do trabalho para casa e vice-versa, o que faz com que o militar ande desarmado após ter efetuado a prisões de membros de facções, etc”, disse.


Votar

Os policiais do Rio Grande do Norte deverão ter dificuldades para votar neste ano. Isso porque o Rio Grande do Norte não solicitou, neste ano, as tropas federais para auxílio na segurança, portanto, praticamente todos os policiais militares atuarão na segurança das eleições. 


Ao todo, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do RN (Sesed), serão pelo menos 10 mil agentes públicos empregados, sendo a maior parte, cerca de 8 mil homens e mulheres,  policiais militares. Na guarda das urnas eletrônicas e locais de votação, também atuarão cerca de 160 bombeiros militares e 1.520 guardas municipais.


"Fica quase impossível, quando o dever da PM é servir e proteger, para que cada cidadão exerça a democracia. Até 18 de janeiro informamos o domicílio eleitoral dos policiais e tentamos adequar. Com a informação que não teríamos as forças federais, tivemos que fazer um planejamento para atender a necessidade da população e alguns policiais foram deslocados. Estou há 31 anos e nem sempre votei porque sempre estive em algum lugar a serviço da população. Não posso adequar e deixar que você fique desprotegido", disse o comandante da PM, coronel Alarico Azevedo. 


Entidades representativas dos policiais militares criticaram a medida. Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados do RN, Carlos Cortez, as associações chegaram a ajuizar uma ação junto a Justiça Eleitoral, que foi deferida, para que o Comando das Corporações fornecessem  à justiça eleitoral e publicizasse a relação com o município de destino onde os militares seriam empregados na operação das eleições, para que dessa forma, os militares pudessem solicitar o voto em trânsito. 


“Ocorre que, apesar dos Comandos das Corporações enviarem uma relação dentro do prazo determinado, após esse prazo, houve a escala/emprego de um novo e significativo efetivo, o qual os policiais militares não tinham mais tempo hábil para solicitar o voto em trânsito, e por isso, tiveram cassado o direito de votar.


Destaque-se que o que a entidade crítica não é o emprego dos policiais militares na operação eleições, e sim, o fato das Corporações não haverem se planejado e dado a oportunidade desse policiais militares poderem votar”, disse.

 

Para Márcia Carvalho, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN, a não adesão do Governo do RN às tropas federais é vista com “preocupação”. 


“Vimos com preocupação a falta de adesão do Governo do Estado às forças armadas para o dia do pleito eleitoral, tendo em vista a atual polarização ao nível federal e estadual em que os ânimos entre os eleitores podem ficar mais exaltados. Embora saibamos que o cuidado com as urnas não é papel das forças armadas, é necessário sim um reforço do policiamento na rua. Então, no momento que o Governo diz que não precisa das forças armadas, que tem policiamento suficiente e que colocará os policiais militares nas escolas, a pergunta que fica é: quem vai patrulhar as ruas?”, questiona.


O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Carlos Cortez, também criticou a medida. “Lembramos que nas várias eleições anteriores sempre houve o auxílio das forças armadas, e por isso, entendemos que com o não emprego das forças federais nessas eleições que se mostram como uma das mais acirradas, haverá uma sobrecarga de serviço para os militares estaduais, o que fez com que houvesse a escala de um efetivo maior em momento posterior a possibilidade do pedido do voto em trânsito, o que trouxe esse prejuízo para os militares estaduais de não poderem votar”, disse. 


Confira a nota da PMRN na íntegra

A Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN) informa que possui coletes balísticos para todos os policiais militares de serviço no policiamento ordinário.


A Corporação ressalta que realizou processo licitatório para compra de coletes balísticos, todavia, houve um recurso de uma empresa concorrente na justiça, que atrasou os trâmites de aquisição dos equipamentos em mais de 2 meses.


Sendo assim, a Instituição adquiriu 300 coletes balísticos e abriu um processo licitatório para a aquisição de mais 2.035 coletes, que em breve estarão sendo entregues pela empresa ganhadora.


Desta forma, devido à atuação extra de quase 7.000 policiais no pleito eleitoral de 2022, por meio de uma ação de gestão integrada com outras polícias militares do Brasil, recebeu por empréstimo alguns coletes balísticos de outras coirmãs do Nordeste para ajudar na segurança dos agentes potiguares nas eleições, nos dias 01 e 02 de outubro. O policiamento ordinário em serviço segue normalmente com os equipamentos da PMRN.


A Polícia Militar ressalta seu compromisso com a missão de servir e proteger à sociedade potiguar, e atuará de forma ostensiva em todos os 167 municípios do RN, com todo seu efetivo de prontidão, para garantir uma eleição segura para todos os cidadãos.


Fonte: Tribuna do Norte

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