quinta-feira, agosto 04, 2022

Bicheiro Rogério Andrade é preso, pouco depois da prisão do filho em operação

O bicheiro Rogério Andrade foi preso nesta quinta-feira (4), após ter uma nova prisão decretada pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, do Tribunal de Justiça do Rio, como apurou a TV Globo com exclusividade.


O pedido foi feito pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), com base em um relatório de análise elaborado pela Polícia Federal.


Uma ação conjunta do Gaeco e da PF prendeu, pela manhã, o filho do contraventor, Gustavo Andrade – foragido desde a Operação Calígula, em maio.


Rogério e Gustavo de Andrade: pai e filho foram presos nesta quinta-feira — Foto: Reprodução


Os dois estavam em um condomínio em Itaipava, na Região Serrana do Rio. Rogério não foi preso inicialmente por força de uma decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-feira (1), Marques revogou o mandado de prisão preventiva contra o bicheiro.


Os advogados de Rogério alegaram que o pedido de prisão foi baseado na apreensão de um celular em 2019 — a defesa sustentou não haver fato novo que o justificasse.


Nas buscas feitas nesta quinta, foram encontrados documentos de junho e julho deste ano que revelam “uma sistemática cadeia de corrupção mantida de forma persistente com instituição de segurança”. Com base nas novas provas, foi feito o novo pedido de prisão.


“Os novos dados probatórios apresentados revelam que a custódia cautelar é necessária e adequada ao caso, fundado em justo receio de perigo a ordem pública, a aplicação da lei penal, bem como para conveniência da instrução criminal, tudo decorrente da existência de fatos gravíssimos e contemporâneos (inclusive com documentos datados de ontem)”, cita o juiz Bruno Monteiro Rulière ao decretar a prisão preventiva do bicheiro.

'Retorno da merenda'


Bilhete encontrado na casa de Rogério Andrade — Foto: Reprodução


Um dos documentos faz menção a "Xiquinho", que segundo o MP seria subordinado de Rogério Andrade e encarregado do pagamento de algumas propinas a delegacias especializadas.


“Xiquinho passou que a Deac Centro (Delegacia de Acervo Cartorário), Deac, especializadas e Deam Centro (Delegacia de Atendimento à Mulher), querem o retorno da merenda delas (tinha parado a pedido das próprias unidades)."


Outro bilhete cita: “Tem duas DPs que estão cobrando a merenda que não seguiu. Deam Centro e Deam Campo Grande”.


Um bilhete de julho também foi achado indicando que o grupo criminoso manteve as atividades ligadas a jogo de azar e indicando uma possível expansão das ações para exploração de sites de apostas de futebol, já criado sob o nome de “Heads Bet”.


O juiz cita ainda que os novos documentos indicam “um surpreendente e, até então, incalculável, poderio de Rogério Andrade. E que este pretendia adquirir um novo negócio por R$ 6 milhões, “incluindo 2 pontos, empresa e equipe”.


Em nota a Polícia Civil disse que aguarda ser comunicada oficialmente para que tomar as medidas cabíveis.


"A Corregedoria-Geral de Polícia Civil aguarda comunicação oficial a respeito do caso para que possa tomar as medidas cabíveis. Vale ressaltar que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na atual gestão do Governo do Estado, representou pela prisão de Rogério de Andrade em decorrência das investigações relacionadas ao homicídio de Fernando Iggnácio, assim como de outros dois chefes de contravenção por participação em crimes diversos."



A Operação Calígula

A Operação Calígula, deflagrada pelo MPRJ no dia 10 de maio, teve mais de 30 denunciados, 14 presos e Gustavo e Rogério como foragidos. O nome de Rogério chegou a constar da lista dos mais procurados da Interpol.


Entre os presos estavam os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém.


Segundo a denúncia do MPRJ que embasou a operação, Rogério Andrade expandia seus negócios de exploração de jogos de azar em vasta área geográfica, mediante a imposição de domínio territorial com violência, além da prática reiterada e sistêmica dos crimes de corrupção ativa, homicídio, lavagem de dinheiro, extorsão e ameaça, dentre outros.



Rogério seria o chefe da organização criminosa que contava ainda com o PM reformado Ronnie Lessa, e a delegada Adriana Belém, que facilitava as ações do grupo.


Gustavo aparece como o número 2 na hierarquia criminosa montada pelo pai. É também chamado de Príncipe Regente.


Fonte: g1

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