quinta-feira, agosto 18, 2022

Após confusão com Bolsonaro, youtuber publica vídeo editado em que chama o presidente de 'tchtchuca do Centrão'



O influenciador Wilker Leão publicou nesta quinta-feira (18), no YouTube, trechos editados da gravação que fez em meio a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada. No vídeo, ele chama Bolsonaro de "tchutchuca do Centrão".


Leão se envolveu em uma confusão com Bolsonaro e guardas presidenciais após provocar o presidente nesta manhã. O desentendimento começou quando o influenciador fez perguntas sobre temas como a alteração nas regras de delação premiada, em 2019.


A princípio, Bolsonaro não respondeu. Leão então chamou Bolsonaro de "covarde", "vagabundo", "safado" e "tchutchuca do Centrão".


Em seguida, Leão é empurrado e cai no chão, mas as imagens não permitem ver quem provoca a queda. Esse trecho não foi divulgado pelo youtuber.



O repórter cinematográfico Emerson Soares, da TV Globo, filmou a movimentação dos apoiadores de Bolsonaro e a interação com Wilker Leão (veja o vídeo abaixo, sem cortes). A gravação inclui uma conversa de cinco minutos entre o youtuber e o presidente, após a confusão – trecho que não foi publicado por Leão até a última atualização desta reportagem.


O vídeo editado pelo youtuber mostra o começo do empurra-empurra e, depois, um segundo momento em que Leão volta a interagir com Bolsonaro.


O g1 procurou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e mandou mensagens nas redes sociais de Leão, mas não obteve retorno deles até a última atualização desta reportagem.


O vídeo de Leão

A versão publicada por Wilker Leão em rede social começa antes de o comboio de Jair Bolsonaro chegar ao local. "Parece que ele [Bolsonaro] vai passar por aqui hoje, será que a gente consegue falar com o 'mito'? Vamos ver se ele responde minhas perguntinhas aqui", diz Leão.


Nesse momento, o youtuber está rodeado de apoiadores do presidente – é comum que grupos se reúnam na porta do Alvorada para tirar uma selfie ou fazer pedidos a Bolsonaro. Alguns simpatizantes de Bolsonaro chegam a questionar a presença de Leão no local.


O vídeo editado mostra também o momento em que Leão começa a gritar perguntas sobre política para Bolsonaro, enquanto apoiadores e candidatos bolsonaristas tentam registrar selfies e vídeos com o presidente.


Após o momento da queda – quando o vídeo é cortado novamente –, Leão volta a se aproximar de Bolsonaro e pergunta o que o presidente acha da "violência" a que ele foi submetido.


"Aê, presidente, o senhor acha o quê dessa violência comigo aqui? Acabaram de me derrubar, ô Bolsonaro. Você acha o quê do pessoal me derrubando?", pergunta. Bolsonaro olha para Leão, mas não responde.



Em seguida, um dos homens da guarda presidencial pergunta a Leão sobre o "Lula ladrão" – em referência ao ex-presidente Lula, adversário de Bolsonaro nas eleições deste ano. "O Lula é ladrão também, mas esse daí tá fazendo tudo que o PT faz", responde Leão.


Nas imagens feitas pelo youtuber, em ângulo mais próximo, é possível ver que o autor da pergunta é o coronel do Exército e assessor especial da Presidência da República Sérgio Rocha Cordeiro. O nome "Sérgio Cordeiro" está bordado no colete que identifica a guarda presidencial.


Bolsonaro desce do carro

Bolsonaro entrou no carro oficial para seguir para sua agenda de campanha eleitoral, mas, com a aumento dos xingamentos, acabou saindo do veículo e foi em direção a Leão. O presidente disse que queria falar com o youtuber e tentou pegar o celular dele, mas acabou puxando o homem pela gola da blusa, depois no braço dele.


Em meio à confusão, os seguranças do presidente tiraram Leão de perto de Bolsonaro. Depois do episódio, Bolsonaro conversou com ele por alguns minutos. Entre outros temas, os dois abordaram mudanças na lei da delação premiada, orçamento secreto, reforma tributária, posse de armas e aliança com partidos do Centrão.



“Eu preciso aprovar as coisas no Parlamento, certo? Se for para aprovar sozinho, eu sou ditador. Fecha tudo, fecha Supremo, fecha Congresso, fecha tudo e eu resolvo as coisas sozinho. Eu tenho que ter o apoio do Parlamento. Os partidos de centro são quase 300 dos 513 parlamentares. Como vou aprovar um projeto simples de lei dispensando 300 votos?”, disse Bolsonaro.


“Eu não posso ser um presidente 100%. Vai desagradar um ou outro em alguma coisa, vai desagradar”, afirmou Bolsonaro.


Fonte: g1

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