quarta-feira, maio 04, 2022

Taxa Selic deve continuar subindo, indica Copom; em março, BC previa que atuais 12,75% seriam 'teto'

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O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou nesta quarta-feira (4), no comunicado sobre a elevação da taxa Selic de 11,75% para 12,75% ao ano, que a taxa básica de juros da economia deve continuar em trajetória de alta nos próximos meses.


A sinalização contraria as projeções feitas, há poucas semanas, por autoridades e analistas do mercado. Até março, o governo e os investidores trabalhavam com a ideia de que o patamar de 12,75% seria o "teto" da Selic para 2022, interrompendo o ciclo de alta iniciado em 2021 (leia mais abaixo).


A taxa Selic é uma das principais ferramentas do governo para tentar conter a escalada da inflação. No comunicado divulgado nesta quarta, o Copom diz ser "provável" que haja uma nova elevação da taxa na próxima reunião, marcada para os dias 14 e 15 de junho.


A alta de um ponto percentual, nesta quarta, representa o décimo aumento consecutivo da taxa básica de juros da economia e leva a Selic ao maior patamar em mais de cinco anos.


Ainda segundo o comunicado, o avanço da taxa previsto pelo comitê em junho deverá ser de "menor magnitude" do que o aumento de maio.



"O Copom considera [...] apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista", lê-se no comunicado.


Presidente do BC via teto de 12,75%

A sinalização de que a taxa Selic não subiria além de 12,75% veio do próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto. Em março, ele chegou a indicar que o aumento feito em maio seria o último avanço previsto para o ano.


Já no mês seguinte, no entanto, Campos Neto reconheceu que a inflação havia surpreendido as expectativas da autoridade monetária – o que abria caminho para novas altas da taxa básica.


Na mesma linha, o comitê avaliou, no comunicado, que a inflação sentida no bolso dos consumidores "seguiu surpreendendo negativamente".


Nesse cenário, o Copom afirmou que as premissas e projeções do comitê passam a ter um nível de incerteza "maior do que o usual". Para 2022, o Copom trabalha com uma previsão de inflação de 7,3% e, para 2023, de 3,4%.


Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira


Mercado prevê alta maior da Selic

A partir de março, o mercado financeiro também passou a prever que a taxa Selic ultrapassaria os 12,75% ainda este ano.


Até o dia 11 daquele mês, as previsões dos analistas do mercado, reunidas no relatório "Focus", eram de que a taxa Selic não passaria de 12,75% em 2022.


Entretanto, a partir de 18 de março, os analistas elevaram a projeção para 13% – e a estimativa continuou subindo. No relatório mais recente, divulgado na última segunda-feira (2), a previsão é que a taxa Selic termine o ano em 13,25%.


Causas da inflação

Ainda no comunicado, o Copom afirmou que a alta da inflação é impulsionada principalmente por dois fatores:


a elevação de preços difundida no mundo todo, como consequência da pandemia da Covid e da guerra na Ucrânia

a "incerteza" dos investidores em relação ao cumprimento, por parte do governo, das regras fiscais do país.

Entre as principais normas em vigor para controlar os gastos públicos estão a Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos, elevado pelo governo em 2022 para encaixar o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.


Fonte; g1

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