quinta-feira, fevereiro 24, 2022

Jogador do RJ na Ucrânia cita corrida a postos de gasolina e supermercados: 'Já tem racionamento de comida'

Mesmo longe dos focos de bombardeio da Ucrânia, em Horishnni Plavni – a 345 km da capital Kiev –, tudo o que o jogador de futebol fluminense Bruno Ernandes, de 22 anos, quer é voltar para o Brasil.


O atleta vive no país agora em conflito com a Rússia desde junho de 2021 e atua como atacante do Girnyk-Sport. Ao g1, contou que nunca imaginou que pudesse ver de perto uma guerra, e o medo e a tensão que cercam esse tipo de conflito.


A cidade de Horishnni Plavni, conta, não sofreu ataques, mas a população está em uma corrida por mantimentos e combustível, com medo do que pode acontecer. Alguns lugares já adotaram um racionamento para evitar que uns comprem muito e outros não tenham o que levar para casa.



“Onde estou não teve bombardeio, ataque, nem nada relacionado. É uma cidade pequena e afastada de Kiev. As pessoas até andam nas ruas, mas os mercados estão cheios, com gente tentando abastecer suas casas, fazendo compras grandes e já tem racionamento de comida. Só deixam comprar um pacote de macarrão por pessoa, por exemplo”, conta Bruno, que foi às compras com o amigo Kleber Juninho, que também joga no Girnyk-Sport.

Procura também por combustível

Na volta para o hotel em que vivem, outro sinal de que a vida não está normal: os postos de gasolina tinham filas de pessoas abastecendo seus carros para se precaver de uma possível escassez ou estarem preparadas para uma fuga.


Bruno e Kleber souberam que os bombardeios haviam começado no grupo de troca de mensagens dos jogadores que vivem na Ucrânia e acompanharam a tensão crescente desde às 5h da manhã – horário local -, momento em o primeiros ataques começaram.


Bruno Ernandes, jogador brasileiro que atua na Ucrânia: medo e tensão no ar — Foto: Repdoução/Redes sociais


Possível fuga pela Polônia

“Estou desde cedo em contato com a embaixada brasileira, que tem atendido prontamente. Eles dizem que estão tentando tirar brasileiros daqui por uma rota na Polônia, mas não sabem quando isso vai acontecer. Estamos tensos querendo o máximo de informação possível porque estamos a quatro horas e meia de Kiev, via carro, então precisamos saber com antecedência”, explica ele.


Além da embaixada, Bruno mantém contato direto com os pais, Jodir e Elaine, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e com a noiva Kamila Amaral.


“Tento acalmar meus pais, dizer que a cidade não é alvo porque não tem pontos de energia ou bases militares, por exemplo, mas eles estão aflitos. A gente está aflito. Só quero voltar para casa”, diz ele que tem contrato com o seu clube até 2023.

“É estranho porque nem as pessoas que vivem aqui acreditavam no conflito. Achavam que era só uma questão política que ia se resolver. Para você ter uma ideia, há três dias estava treinando normalmente”, diz pedindo para que as autoridades brasileiras ajudem a retirar os brasileiros da Ucrânia.


“Nunca passei por nada parecido. Mesmo morando no Rio de Janeiro, que não é exatamente um lugar tranquilo, lá a gente conhece a língua, sabe como se virar. Aqui, não”, diz.


Fonte: g1

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