terça-feira, agosto 24, 2021

Grupo de membros do Conselho Superior do MP entra com ação no STF contra Augusto Aras

Cinco membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal ingressaram nesta segunda-feira (23) no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação contra o procurador-geral da República, Augusto Aras.


O procurador-geral da República, Augusto Aras, em imagem de arquivo — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo


O grupo aponta irregularidades na tramitação dentro do órgão de uma representação de quatro procuradores aposentados que acusam Aras e o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, de se omitirem de investigar atos do presidente Jair Bolsonaro. A representação foi recebida pelo Conselho Superior do MP no último dia 9.


O grupo que foi ao Supremo argumenta que a lei sobre o funcionamento do MP e o regimento do Conselho Superior do órgão deixam claro que, se o presidente do conselho está impedido de atuar (como neste caso, por ser o alvo da acusação), a autoridade recai sobre o vice – no caso, o subprocurador José Bonifácio Andrada.


Mas, segundo o texto da ação no STF, a representação foi encaminhada de forma irregular por funcionários para o gabinete do próprio Aras – contrariando o regimento do conselho e impedindo que o caso avançasse.


A ação protocolada no Supremo pede que Aras e assessores sejam "impedidos de interferir" na tramitação do caso. Segundo o documento, houve ilegalidade e abuso de poder nas condutas de Aras e Jacques.



"A ilegalidade começa com a surpreendente 'interceptação' do despacho do Vice-Presidente do CSMPF. Com efeito nem o Procurador-Geral da República – o representado, nem o Vice-Procurador-Geral da República, ocupante de cargo de confiança, longa manus [executor de ordens] do representado, e, o mais grave, expressamente citado na petição de representação como autoridade, poderiam despachar e, menos ainda, interceptar o despacho proferido pelo Vice-Presidente do Conselho Superior do MPF", dizem os procuradores no mandado de segurança ao STF.


Questionada nesta segunda, a PGR informou que não teve acesso ao documento protocolado no STF e que, "se houver manifestação, será nos autos" do processo.


Também nesta segunda, o ministro do STF Alexandre de Moraes arquivou um pedido de senadores para que Aras se tornasse investigado por prevaricação. 


Fonte: G1

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