quarta-feira, agosto 18, 2021

Chefe do Estado Maior dos EUA diz que 'nada indicava colapso' do exército e governo afegão em 11 dias

O general Mark Milley, maior autoridade militar dos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira (18) que nenhum estudo da inteligência americana indicava que forças armadas e o governo afegão entrariam em colapso em 11 dias.


General Mark Milley, chefe do Estado Maior dos EUA, em entrevista coletiva em 18 de agosto de 2021 — Foto: Yuri Gripas/Reuters


"Não houve nada que eu ou qualquer outra pessoa tenha visto que indicasse o colapso deste exército e deste governo em 11 dias", disse Milley, chefe do Estado Maior dos EUA

Ele também afirmou, em entrevista coletiva no Pentágono, que a inteligência "indicou claramente que vários cenários eram possíveis". Entre eles, uma tomada do Talibã após um rápido colapso das forças de segurança afegãs e do governo, uma guerra civil ou até mesmo um acordo negociado.


Talibã volta ao poder

O grupo extremista Talibã tomou a capital do Afeganistão e voltou ao poder depois de 20 anos. O presidente fugiu de Cabul, e o palácio presidencial foi tomado no domingo (15).


O porta-voz do Talibã, Mohammad Naeem, afirmou à rede de televisão Al Jazeera que "alcançamos o que buscávamos, que é a liberdade do nosso país e a independência do nosso povo".


"Pedimos a todos os países e entidades que se reúnam conosco para resolver quaisquer questões", disse Naeem. "Não achamos que as forças estrangeiras irão repetir sua experiência fracassada no Afeganistão mais uma vez."


EUA invadiram Afeganistão em 2001

Os EUA atacaram o Afeganistão em 2001, em reação ao atentado do 11 de Setembro, e tirou o grupo extremista do poder. O Talibã foi acusado pelos americanos de esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pelo atentado.



Em fevereiro de 2020, o então presidente americano, Donald Trump, assinou acordo de paz com o Talibã que previa a retirada total das tropas do país até abril deste ano.


O atual presidente dos EUA, Joe Biden, manteve o acordo e adiou a saída completa para o fim deste mês.


A maior parte das forças lideradas pelos EUA deixaram o Afeganistão em julho, e o Talibã se aproveitou da retirada e avançou rapidamente pelo país, conquistando diversas capitais de províncias desde o início do mês.


A queda de Cabul ocorreu muito antes do previsto pelos EUA. Segundo a Reuters, a estimativa dos serviços de inteligência americanos era a de que o Talibã chegasse a Cabul em setembro, com uma possível tomada do poder em novembro.


Fonte: G1

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