segunda-feira, agosto 16, 2021

Auxiliares de Bolsonaro preparam discurso para 2022 se Brasil superar EUA em mortos pela Covid



Há dois números que assessores do presidente Jair Bolsonaro acompanham de perto, já de olho no impacto que terão na corrida eleitoral de 2022. Ambos dizem respeito à pandemia e são uma comparação com os Estados Unidos.


O primeiro é o total de mortes por Covid-19. Mesmo auxiliares mais otimistas já reconhecem que o Brasil ultrapassará, em pouco tempo, a trágica marca de país com maior número de mortos pela Covid-19.


Segundo levantamento do Our World in Data, os EUA contabilizam atualmente 621,6 mil mortes, em uma população total de 328,2 milhões de pessoas. O Brasil já chegou a 569 mil – com uma uma população bem menor, de 211 milhões.


O segundo número é o percentual da população vacinada nos dois países. O Our World in Data mostra que 59,32% da população dos EUA já está imunizada com pelo menos uma dose e 50,34% estão completamente vacinados, com as duas doses. No Brasil, 56,36% já tomaram pelo menos uma dose – mas o percentual de pessoas completamente imunizados é ainda baixo: 23,35%.


No Brasil, ainda há falta de doses das vacinas. Nos EUA, sobram.



O otimismo de quem já pensa em comemorar o percentual de vacinados maior no Brasil tem base nas informações que mostram que os brasileiros querem se vacinar – segundo pesquisa recente do Datafolha, 94% desejam se imunizar.


Nos EUA, há uma parcela da população que resiste à vacinação, em especial em estados do Sul, o que tem feito o número de casos da doença voltar a subir.


Apesar de ter atrasado a compra de vacinas e ignorado em 2020 pedidos de fabricantes de vacinas, como a Pfizer – sem falar no fato de o presidente Jair Bolsonaro ainda não ter se vacinado – o governo tentará tirar proveito da ampla vacinação da população nas eleições do próximo ano.


Para lidar com o título de país com o maior número de mortos pela Covid-19, as estratégias ainda estão sobre a mesa.


Entre essas estratégias, estão questionar os dados – como fez o presidente ao divulgar um relatório falso, que atribuiu ao Tribunal de Contas da União, que jogava dúvida sobre os números de mortos pela Covid-19 – ou afirmar que os governos estaduais sempre tiveram interesse em inflar mortes para obter mais recursos do governo federal.


Fonte: blog da Ana Flor

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