quinta-feira, julho 08, 2021

Mulher diz que militares do Exército a impediram de entrar com cartaz contra Bolsonaro em vacinação em SP

Uma mulher foi impedida de permanecer no drive-thru de vacinação contra Covid-19 do Memorial da América Latina, na Zona Oeste de São Paulo, com um cartaz crítico ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta quinta-feira (8). Militares do Exército que estavam no local disseram à comunicadora Roberta Rodrigues, de 39 anos, que ela não poderia falar de Bolsonaro dentro do Memorial, segundo relatou Rodrigues ao G1.


Cartaz crítico ao presidente Jair Bolsonaro em veículo no Memorial da América Latina, em São Paulo — Foto: Arquivo pessoal/Roberta Rodrigues


Por volta das 9h da manhã, dois militares do Exército se aproximaram do veículo em que Rodrigues aguardava a vacinação, leram o cartaz e disseram que ela não poderia manter o manifesto enquanto estivesse no Memorial.


O G1 entrou em contato com o Exército e com o Memorial da América Latina, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.


O cartaz trazia o número de mortes por coronavírus ocorridas no Brasil e as frases: "Essas mortes poderiam ter sido evitadas. Não foram e só tem um culpado: Jair Bolsonaro".


"Quando ele parou do lado do meu carro ele disse que eu não poderia continuar com o cartaz e eu questionei o porquê. E aí ele respondeu que era por conta do Bolsonaro, que eu não podia falar do Bolsonaro no Memorial da América Latina", disse Rodrigues.


Ela questionou se a restrição era porque o cartaz falava mal do presidente, ou se apenas por citá-lo


"Eu perguntei se eu não poderia falar do Bolsonaro ou se eu não poderia falar mal do Bolsonaro. Aí, ele respondeu que eu não poderia falar do Bolsonaro. Ele disse que tinha ordens e eu perguntei de quem eram. Ele disse então que eram ordens do Comando do Exército", contou.


Imagem de arquivo mostra drive-thru instalado no Memorial da América Latina para a vacinação contra Covid-19 — Foto: Reprodução/TV Globo


Após a abordagem dos militares, Rodrigues aceitou que o cartaz fosse retirado.


"Eu falei que então que ele podia retirar o cartaz. Não fui eu, foi ele quem retirou e me devolveu. Eu não entrei em mais discussões nem estendi a conversa porque, sinceramente, eu fiquei com medo", completou.


Fonte: G1

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