segunda-feira, julho 05, 2021

CPI vê tentativa de desmoralizar trabalho e quer ouvir nesta semana representante da Davati



A cúpula da CPI da Covid quer ouvir o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, ainda nesta semana. Senadores apuram o papel de Carvalho em uma suposta operação orquestrada para tentar desmoralizar os trabalhos da comissão.


A intenção do grupo é votar o requerimento de convocação nesta terça-feira (6) e marcar o depoimento para a próxima sexta (9).


O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), suspeita que o empresário Cristiano Carvalho possa ser o agente escalado por algum grupo para tentar desmoralizar os trabalhos de investigação da comissão e os depoimentos dos irmãos Miranda. Por isso, defende que a CPI ouça Carvalho o mais rápido possível.


Senadores da cúpula da comissão avaliam que o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais ouvido na semana passada, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, não teria a "esperteza" e o "preparo" para ser o mentor da operação.


Ao depor, Dominguetti apresentou um áudio do deputado Luís Miranda (DEM-DF) em que o parlamentar estaria, supostamente, negociando vacinas. Ainda durante o depoimento, ficou provado que o áudio era de setembro de 2020 e, na verdade, tratava da compra de luvas cirúrgicas.


O próprio Dominguetti disse que pode ter sido "induzido a erro", mas afirmou que recebeu o áudio de Cristiano Carvalho. E negou, sob juramento, que estivesse errando de propósito para incriminar alguém.


O deputado Luís Miranda e seu irmão – o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda – se encontraram com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março e, segundo afirmam, relataram pressões dentro do ministério para viabilizar uma antecipação de US$ 45 milhões no contrato da Covaxin, valor não previsto anteriormente no acordo comercial.


Desde então, os irmãos viraram alvo de ataques de bolsonaristas.


Dominguetti foi ouvido na CPI por causa de suas denúncias de que, durante negociação para venda de 400 milhões de doses da Astrazeneca por intermédio da Davati, assessores do Ministério da Saúde teriam cobrado US$ 1 por dose de vacina negociada.


Ele repetiu as acusações em seu depoimento, mas não esclareceu de onde viriam as vacinas. A Astrazeneca, responsável pela produção das doses, diz que não tem representante no Brasil e não está vendendo o imunizante para o setor privado.


Fonte: G1

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