segunda-feira, julho 05, 2021

Chefes de quadrilha que aplicava golpes financeiros ostentavam luxo em Dubai, diz polícia

Sócios empresas no Brasil que, segundo a Polícia Civil do Rio, fizeram vítimas com a promessa de retorno financeiro fácil ostentaram luxo em Dubai, nos Emirados Árabes, segundo a polícia.


De acordo com as investigações, Gustavo Pontes Galvanho, Tiago Achiles e Rafael Ramiro montaram consultorias financeiras no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Sergipe. Eles convenciam investidores de todo o país a entregar altos valores sob a promessa de retorno de até 4% ao mês.


Ainda segundo a polícia, o dinheiro, no entanto, jamais era devolvido, e Galvanho e Achiles estiveram em Dubai com os recursos desviados. A polícia pediu a prisão dos três sócios, mas a Justiça ainda não se manifestou.


(CORREÇÃO: O G1 errou ao dizer que todos os sócios das empresas estavam em Dubai. Tiago Achiles esteve na cidade com Gustavo Galvanho, mas já se encontrava no Rio nesta segunda-feira (5). A informação foi corrigida às 16h53).


Vítimas

Como mostrou o Bom Dia Rio nesta segunda-feira (5), a enfermeira Deise da Silva foi uma das vítimas da fraude: ela perdeu R$ 100 mil no esquema.


“Pedi às pessoas da minha confiança para dar uma olhada no contrato. Todo mundo dizia que era registrado em cartório e que não tinha nada de anormal, que eu poderia confiar”, disse.



Segundo ela, os golpistas lhe prometeram retorno mensal de R$ 2.500, mas nada foi pago.


Outra vítima disse ter convencido o marido, desempregado, a fazer um empréstimo de R$ 35 mil na consultoria de Galvanho. Atualmente o casal acumula uma dívida que chega aos R$ 80 mil.


Gustavo Pontes Galvanho e Tiago Achiles foram para Dubai, depois de lesar investidores — Foto: Reprodução/TV Globo


O desempregado Robson Macedo também foi uma das vítimas do golpe.


“Eu estou no fundo do poço. Desempregado, com 61 anos, falido, quebrado, devendo ao banco. Estou vivendo à base de remédio de depressão. Se não é minha mãe, eu estava morando na rua.”


Pirâmide é crime

Segundo a polícia, o esquema de Galvanho, Achiles e Ramiro, que prometia alto lucro em pouco tempo, era uma espécie de pirâmide financeira — prática considerada crime contra a economia popular no Brasil.


“Quando prometem um retorno alto e dizem que não tem risco, já existe uma fraude”, alerta o economista Luiz Gustavo Medina.


Os três sócios foram indiciados pelos crimes de associação criminosa, crime contra a economia popular e estelionato.


Proposta de retorno era golpe — Foto: Reprodução/TV Globo


O que dizem as defesas

As defesas de Galvanho e Ramiro não se manifestaram.


O advogado de Tiago Achiles, Rôney Neto, nega que ele esteja em Dubai. Segundo Neto, ele esteve na cidade dos Emirados Árabes com Gustavo Galvanho assim que foi convencido a entrar para a empresa, mas já se encontra no Rio de Janeiro.


Diz ainda que o nome de seu cliente figura no inquérito da polícia como sendo o de um dos donos da empresa que lesou pessoas em quatro estados, mas que ele apenas convencia novos investidores a colocar o seu dinheiro no esquema.


“Ele não fazia isso por má fé, mas porque de fato acreditava no negócio que o Gustavo Galvanho apresentou para ele. Tanto é que o Tiago convenceu o irmão, a esposa e a sogra a investirem também. Os três juntos devem ter perdido perto de R$ 1 milhão”, diz o advogado.


Fonte: G1

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