terça-feira, julho 13, 2021

Bolsonaro está se isolando e precisa mudar estratégia, alertam aliados



O presidente Jair Bolsonaro foi alertado por aliados de que está "se isolando" e, se não mudar sua estratégia de governar, terá de enfrentar pioras ainda mais intensas na avaliação do governo – mesmo que tenha bons dados para apresentar.


O alerta, feito diretamente ao presidente, se segue a uma escalada de ataques de Bolsonaro a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao sistema eleitoral brasileiro.


O tom moderado de Bolsonaro nesta segunda-feira (12) após reunião com o presidente do STF, Luiz Fux, já foi visto pelos aliados como um sinal de que ele teria compreendido o desgaste causado por essa estratégia do enfrentamento.


Após reunião com Fux, feita a convite do ministro do Supremo, Bolsonaro prometeu que o Executivo vai respeitar os limites da Constituição e deu demonstrações de que pretende voltar a dialogar com o Judiciário.


Nos últimos dias, o presidente vinha atacando ministros do STF e chegou a dizer que, se o voto impresso não for aprovado, não haverá eleição no ano que vem.


Em conversas com o presidente Bolsonaro, aliados disseram que esse tipo de declaração tensiona o ambiente político. A postura é reprovada até pelos integrantes da base aliada no Congresso Nacional. Além disso, não cabe a ele dizer se haverá ou não eleição, prevista na Constituição brasileira.


"Ele até pode defender o voto impresso, é um direito dele, fazer críticas ao sistema atual, mas não pode dizer que não haverá eleição, porque a mudança no modelo é de responsabilidade do Congresso. Ele tem de dizer isso, que cabe ao Legislativo a decisão e ele irá respeitá-la", afirmou um aliado do presidente.

Esses aliados de Bolsonaro querem convencê-lo também a se vacinar.


"Ele precisa acabar com essa disputa. Pode até ser criticado de ter sido contra vacinas, mas ele tem de virar essa página, se vacinar e falar para a população que é a vacinação que irá garantir a retomada da normalidade no país", acrescentou um interlocutor do presidente.


Dentro do Congresso Nacional, líderes do governo Bolsonaro têm dito que, se o presidente não mudar seu estilo de governar, começará a ser abandonado no Legislativo. Esses líderes dizem que apoiam o presidente, mas ninguém tem vocação para "afundar abraçado" com ele.

Fonte: Blog do Valdo Cruz

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