terça-feira, abril 27, 2021

Flávio Bolsonaro fala em 'ingratidão' de Pacheco por permitir CPI da Covid

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou nesta terça-feira (27) ver “ingratidão” na postura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por ter permitido a criação da CPI da Covid.


STJ anula quebra dos sigilos de Flávio Bolsonaro no caso das ‘rachadinhas’ — Foto: JN


Flávio deu a declaração antes da instalação da CPI, que vai investigar ações e omissões do governo Jair Bolsonaro na pandemia e fiscalizar o uso de verbas federais por estados e municípios. A CPI foi instalada nesta tarde. O senador Omar Aziz (PSD-AM) foi eleito presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice, e Renan Calheiros (MDB-AL) foi escolhido por Aziz como relator dos trabalhos.


Rodrigo Pacheco foi eleito presidente do Senado em fevereiro deste ano, apoiado pelo governo e por 10 partidos, inclusive siglas da oposição.


“Eu tenho um CPF, e o presidente da República tem outro. Da minha parte, entendo, sim, que houve uma ingratidão, uma falta de consideração por parte do presidente [do Senado, Rodrigo Pacheco], de pelo menos nos buscar para que nós pudéssemos dar o nosso ponto de vista sobre a conveniência e a oportunidade de se instalar uma CPI como essa”, disse Flávio Bolsonaro.


O G1 procurou a assessoria de Pacheco e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.


Flávio queria Pacheco 'mais incisivo'

Durante entrevista coletiva, Flávio Bolsonaro disse que Pacheco deveria ter sido “mais incisivo” contra decisão do ministro Luís Roberto Barroso e do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a criação da CPI.


“Eu lamento, profundamente, a postura do presidente da Casa, de não ter sido mais incisivo como está sendo agora em relação à decisão judicial que proíbe o senador Renan Calheiros de assumir a relatoria. Decisão judicial é decisão judicial”, afirmou o filho do presidente, em referência à liminar, já cassada pela Justiça Federal, que tinha o objetivo de barrar Renan na relatoria da CPI da Covid.


“O presidente [Rodrigo Pacheco] está, sim, se responsabilizando por possíveis mortes que essa CPI em funcionamento – quando for presencial, principalmente – possa acarretar”, acrescentou Flávio Bolsonaro.


O filho do presidente Bolsonaro defendeu ainda que seja acolhida uma sugestão do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, que pede a suspensão da CPI até que senadores e servidores sejam vacinados.


Renan Calheiros e governadores

Em outro momento da entrevista, Flávio disse não ter dúvidas de que o senador Renan Calheiros (MDB-AL), se confirmado relator, não terá parcialidade.


Para o filho de Jair Bolsonaro, o emedebista irá ‘proteger” todos os governadores, “sabendo que [a CPI] pode atingir” Renan Filho (MDB), governador de Alagoas e filho do parlamentar alagoano.


Flávio disse esperar que os colegas que integram a CPI não permitam a escolha de Renan.


Em crítica ao colegiado, Flávio Bolsonaro afirmou que alguns senadores vão usar “os caixões de quase 400 mil mortos” para fazer política “barata” e “contra o governo federal”.


“Por que essa correria para se instalar a CPI no momento que a Casa está parada?”, questionou. “É um movimento político para tentar atingir a imagem do presidente da República”, completou Flávio.


Trabalho técnico

Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), adotou um tom mais ameno. Ele afirmou que o governo espera que a CPI realize um “trabalho técnico”, com o propósito de “aprimorar a legislação sanitária” brasileira.


Ele também declarou que o governo tem a expectativa de que a CPI “não se perca por paixões políticas” e não se transforme em “palanque eleitoral” para 2022.


O emedebista afirmou ainda que, pessoalmente, respeita o critério da proporcionalidade, previsto no acordo das maiores siglas PSD e MDB, para presidência e relatoria da CPI. O entendimento prevê Omar Aziz (PSD-AM), na presidência do colegiado, e Renan Calheiros como relator.


Fonte: G1

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