quarta-feira, novembro 25, 2020

Validade dos testes estocados de Covid pode ser ampliada de 8 para 12 meses, diz secretário



O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia Medeiros, afirmou que a pasta recebeu nesta quinta-feira (25) um estudo da Organização Panamericana de Saúde (Opas) sobre a ampliação do prazo de validade dos testes de Covid-19.


Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", publicada no domingo (22), revelou que o Ministério da Saúde armazena em São Paulo um estoque com milhões de testes que podem perder validade nos próximos meses.


O prazo de vencimento inicial é de 8 meses. A pasta informou que os estudos da Opas atestam que o prazo pode ser prorrogado para até 12 meses. Agora, será preciso que a Anvisa receba o pedido de ampliação e aprove a extensão da validade, de acordo com Medeiros.


O secretário afirmou que a pasta já estava preocupada com o prazo de validade e que, por isso, enviou ofício à Opas no dia 3 de novembro questionando sobre a possibilidade de prorrogação.


"Hoje, recebemos o envio do estudo de estabilidade estendida pela empresa. Está aqui a resposta da carta da Opas falando em referência ao ofício no dia 3 de novembro sobre extensão da validade dos kits", disse Medeiros em uma audiência na Câmara.


"Hoje recebemos o resultado dos estudos da validade estendida em que a empresa está entrando junto a Anvisa para pedir essa validade estendida em que na conclusão [...] está estendida de pelo menos 12 meses" - Arnaldo Correia Medeiros, secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde

De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 7 milhões de testes parados no estoque:


2.814.500 têm data de validade que expira em dezembro;

3.979.700 vencem em janeiro de 2021;

212.900 expiram em fevereiro de 2021;

70.800 vencem em março de 2021.

A prorrogação da data de validade depende ainda de análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


De acordo com dados apresentados na audiência:


23.546.576 testes foram comprados pelo Ministério da Saúde;

desses mais de 23 milhões, 15.895.160 foram entregues à pasta;

7.651.416 ainda não foram entregues. Esse montante, o ministério comprou da Fiocruz/Biomanguinhos. Como há testes estocados, a produção foi suspensa;

do total entregue à pasta, 8.817.356 foram distribuídos aos laboratórios nos estados;

7.299.482 exames tinham sido realizados no país até 21 de novembro.

Estoque

Embora haja mais de 7 milhões de testes em estoque, o diretor de logística do ministério, Roberto Ferreira Dias, afirmou que a pasta possui apenas cerca de 600 mil kits para fazer a análise dos resultados. Segundo ele, há um processo em andamento para aquisição de mais 8 milhões de kits de análise.


Presente à audiência, o consultor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) Leonardo Vilela manifestou preocupação com a falta dos insumos para análise num momento em que a curva de contágio da doença tem aumentado. Ele alertou que o estoque de 600 mil "não dá para três semanas".


"Esse estoque que está nos estados, em condições normais, não dá para 3 semanas. E a nossa preocupação é que seja garantido um fluxo dos exames. Nos preocupa o descasamento entre os insumos para extração e os de amplificação. Temos uma diferença de 10 vezes. Não adianta nada. Se não tiver insumo para extração, o exame não será feito. Isso num momento em que há um claro aumento de casos, que já se reflete num aumento de óbitos", disse.


Vilela ressaltou que o número de casos tem subido no mundo todo e que, em razão dessa demanda, "a possibilidade de faltar insumos é muito grande. Fica o alerta", afirmou.


Fonte: G1

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