quarta-feira, novembro 25, 2020

Cantora gospel é vítima de agressão no Rio e irmão divulga imagens para denunciar abusos frequentes

O cantor Juninho Black divulgou na segunda-feira (23) imagens da irmã, a também cantora gospel Quésia Freitas sendo agredida nos corredores de um shopping no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Segundo Juninho, a família tem enfrentado ao longo do último ano uma batalha para livrar Quésia de um relacionamento abusivo com o autor das agressões e a divulgação das imagens foi feita para denunciar o caso.


As imagens mostram um homem segurando Quésia e a levando à força pelos corredores do shopping enquanto outros frequentadores o pedem para soltá-la. Segundo Juninho, o homem é o marido dela, Bruno Feital. A agressão, que ocorreu na última sexta (20), não teria sido a primeira dele contra Quésia, ainda segundo a família.


Juninho é um dos nomes mais conhecidos do cenário da música gospel no Brasil. Em entrevista ao G1, ele contou que a decisão de tornar o problema público foi uma solução “desesperada”.


“A minha intenção era propagar aquilo para proteger minha irmã, para que ele se sentisse inibido de fazer qualquer coisa sabendo que a cara dele estava à mostra. Era uma forma de ajudar a sair desta situação”, explicou.


O cantor Juninho Black e a irmã, Quésia Freitas — Foto: Reprodução/ Redes sociais


Segundo ele, quando as agressões ocorreram, a família não estava conseguindo manter contato com Quésia e o medo era que algo pior acontecesse.


Juninho contou que chegou a mandar uma mensagem para o marido da irmã perguntando se ele tinha a agredido. Em resposta, Bruno enviou um áudio afirmando que o que aconteceu era um exagero e que ele só a segurou pela mão.


O G1 não conseguiu contato com a defesa de Bruno Feital.


O cantor disse que, após as agressões, a polícia foi acionada e localizou o imóvel onde Quésia estava no Rio e foi até lá falar com ela. O marido fugiu e ainda não foi localizado. Ele conta que a irmã tinha escoriações pelo corpo e uma luxação no antebraço esquerdo. E que agora está em um local seguro que a família prefere manter em sigilo.


“Ela me contou que várias vezes ela tentou ir embora e várias vezes ela foi agredida. Ela estava vivendo supostamente um cárcere privado. Ela não conseguia sair sozinha. Não tinha nenhum familiar no Rio de Janeiro. Todos nós vivemos em São Paulo”, contou.


Polícia apura o caso

O caso foi registrado na 42 DP (Recreio dos Bandeirantes). A Polícia Civil afirma que faz diligências para o esclarecimento do caso.


Quésia conheceu o marido quando ele trabalhava como motorista no Rio de Janeiro. Ela tinha vindo à cidade fazer um trabalho como trancista, atividade que exerce paralelamente à carreira de cantora. No dia seguinte após a união ser oficializada, há um ano e um mês, começaram as agressões, segundo o irmão. Juninho conta que, quando as imagens da agressão no shopping foram registradas, Quésia já tinha registrado queixa, entrado com o pedido de divórcio e tinha uma medida protetiva em vigor contra Bruno.


O cantor conta que ele se aproveitou de uma ida da irmã ao Rio para trabalhar e voltou a ameaçá-la.



“Desde que ela o conheceu, ele a afastou de todo mundo. Ele respondia nas redes sociais, no Whatsapp por ela. Quando a família tentava falar, não conseguia. Quando falava, ficava no viva-voz, com ele controlando. Começamos a observar, mesmo antes dela pedir o divórcio, que as postagens nas redes sociais não eram dela. Nas legendas, não parecia que era ela”, contou Juninho.


O cantor contou que pouco tempo depois que as imagens foram registradas, na sexta (20), foram repostadas em uma página local de redes sociais e as pessoas começaram a reconhecê-la e a marcar o irmão.


Juninho estava participando de uma live no momento em que recebeu as notificações e precisou se fechar dentro de um banheiro para entender o que estava acontecendo.


Ciclo de violência

O cantor contou que a denúncia era a decisão necessária para livrar a irmã de um ciclo de violência. Segundo ele, a situação também abalou os pais, que são idosos.


“Eu não me arrependo. Porque a minha irmã está viva e está bem”, destacou. Segundo o cantor, a prioridade agora são os cuidados psicológicos com Quésia.


“Depois de tanto tempo sofrendo agressões, ameaças, cárcere; isso deixa a cabeça da pessoa ruim. Torço para que a Justiça seja feita nos meios legais pelas atitudes que ele teve com a minha irmã”, disse.


Para quem possui um familiar na mesma situação, o cantor recomenda o apoio para sair da situação. “A ajuda familiar em um momento desses pode salvar uma vida”, encerrou.


Fonte: G1

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