quinta-feira, outubro 22, 2020

Irã e Rússia tentam interferir na eleição americana, diz diretor de inteligência dos EUA

O Diretor de Inteligência Nacional dos EUA, John Ratcliffe, disse nesta quarta-feira (21) que a Rússia e o Irã estão tentando interferir nas eleições presidenciais americanas.


Foto de julho de 2019 mostra John Ratcliffe, atualmente diretor de Inteligência Nacional dos EUA, quando era deputado republicano pelo Texas, durante audiência em Washington — Foto: Saul Loeb/AFP


“Identificamos que dois atores estrangeiros, Irã e Rússia, tomaram medidas específicas para influenciar a opinião pública”, disse Ratcliffe em entrevista coletiva.

O diretor afirmou que o Irã está por trás do envio de e-mails falsos com o objetivo de intimidar eleitores e incitar agitação social, assim como a divulgação de um vídeo que parece encorajar a votar de forma fraudulenta.


Ratcliffe disse que a inteligência americana conseguiu determinar que ambos os países também obtiveram separadamente algumas informações de registro de eleitores.


"Esses dados podem ser usados ​​por atores estrangeiros para tentar transmitir informações falsas aos eleitores registrados, que eles esperam que causem confusão, caos, e minem sua confiança na democracia americana", disse o diretor em entrevista coletiva.

E-mails com ameaças

Ratcliffe afirmou que o Irã estaria por trás de uma série de e-mails ameaçadores que foram enviados esta semana a eleitores democratas.


Autoridades policiais da Flórida e o FBI já haviam anunciado que estavam investigando os e-mails ameaçadores supostamente enviados de fora dos Estados Unidos para eleitores democratas registrados. Os e-mails eram escritos como se fossem de um membro do grupo supremacista Proud Boys, o que essa organização nega.



"Estamos de posse de todas as suas informações. Você está registrado como um democrata e sabemos disso porque obtivemos acesso a toda a infraestrutura de votação. Você votará em Trump no dia da eleição ou iremos atrás de você", dizem as mensagens.

Os Proud Boys rejeitam qualquer envolvimento no caso.


Denegrindo candidatos

Pouco antes da coletiva de Ratcliffe, os dois principais membros do Comitê de Inteligência do Senado - o republicano Marco Rubio e o democrata Mark Warner, um democrata da Virgínia - divulgaram um comunicado conjunto alertando sobre a interferência estrangeira na eleição.


De acordo com o comunicado, os dois candidatos estariam sendo prejudicados.


"Avaliamos que o Irã busca minar as instituições democráticas dos EUA, o presidente Trump, e dividir o país antes das eleições de 2020...A motivação de Teerã para conduzir tais atividades é, em parte, impulsionada pela percepção de que a reeleição do presidente Trump resultaria na continuação da pressão dos EUA sobre o Irã em um esforço para fomentar a mudança de regime", diz um trecho.


Enquanto isso, acrescenta o documento, "a Rússia está usando uma série de medidas para denegrir o ex-vice-presidente Biden...Isso é consistente com as críticas públicas de Moscou a ele quando era vice-presidente, por seu papel nas políticas do governo Obama para a Ucrânia e seu apoio à oposição anti-Putin dentro da Rússia ... Alguns atores ligados ao Kremlin também buscam impulsionar a candidatura do presidente Trump nas redes sociais e na televisão russa".


Dados à venda

Segundo a empresa de cybersegurança Trustwave, um hacker estaria oferecendo informações de identificação de mais de 200 milhões de norte-americanos online, incluindo os registros eleitorais de 186 milhões de cidadãos.


Os dados são uma mistura de material roubado em várias invasões de sistema cometidas contra empresas nos últimos anos e informações disponíveis publicamente e recuperadas de sites do governo, disse Ziv Mador, vice-presidente de pesquisa de segurança da empresa à NBC News. Na maioria dos estados nos EUA, as informações de registro eleitoral estão disponíveis publicamente.



Segundo a empresa, o hacker em questão oferece as informações na darkweb e sua compra é negociada em criptomoedas.


“Nas mãos erradas, esses dados de eleitores e consumidores podem ser facilmente usados para campanhas de desinformação direcionadas geograficamente nas redes sociais, phishing de e-mail e golpes de texto e telefone", acrescentou Mador, "antes, durante e depois da eleição, especialmente se houver resultados são contestados”.



Fonte: G1

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