quarta-feira, junho 03, 2020

Número de casos de Covid-19 aumenta 75% em uma semana e UPAs de Natal estão superlotadas, aponta boletim

Em uma semana, o número de pacientes confirmados para o novo coronavírus em Natal passou de 1.951 para 3.431 - um avanço de 75,8%. No mesmo período, as quatro Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) de Natal ficaram superlotadas, funcionando acima capacidade de atendimento.

UPA do Potengi, na Zona Norte de Natal (arquivo) — Foto: Quezia Oliveira/Inter TV Cabugi
UPA do Potengi, na Zona Norte de Natal (arquivo) — Foto: Quezia Oliveira/Inter TV Cabugi

No caso da UPA de Pajuçara, na Zona Norte de Natal, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos está em 200% ou seja - a unidade tem o dobro dos pacientes para o qual foi projetada. As informações são do boletim epidemiológico da Covid-19, publicado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta terça-feira (2).

UPA Pajuçara - 200% de ocupação dos leitos
UPA Esperança - 180% de ocupação dos leitos
UPA Potengi - 160% de ocupação dos leitos
UPA Satélite - 125% de ocupação dos leitos
Os dados refletem a maior busca de pacientes por atendimento. No boletim do dia 26 de maio, uma semana antes, apenas a UPA Potengi estava com 100% de ocupação. A UPA Esperança ainda tinha 40% de leitos vagos e as unidades de Satélite e Pajuçara operavam com 90% de ocupação.

Nos hospitais, onde os pacientes entram após regulação do sistema de saúde, a situação é menos dramática. De acordo com o boletim, o Hospital de Campanha montado na Via Costeira só está com 35% de ocupação e o Hospital Municipal tem folga de 20% dos leitos.


Apesar disso, a plataforma Regula RN apontava na manhã desta quarta-feira (3) que 100% dos leitos de UTI - para atendimento de pacientes graves - estavam preenchidos no Hospital Municipal. No hospital de campanha a taxa era de 88% às 11h40.

Ainda segundo o boletim da secretaria municipal, 63,8% dos pacientes confirmados para o novo coronavírus que estão internados na capital estão em UTI. A outra parcela, menor, estão em leitos clínicos, menos complexos.

Aumento de casos
Em uma semana, a capital potiguar aumentou em 75% o número de casos confirmados, passando de 1.951 para 3.431. No mesmo período, a quantidade de óbitos registrados na capital potiguar passou de 79 para 115, um avanço de 45%.

"A partir da 18º semana epidemiológica, período que compreende as datas de 26/04 a 02/05, houve grande expansão dos casos da covid-19, especialmente nas regiões Norte e Oeste que são áreas historicamente mais vulneráveis e a alta taxa de transmissão nesses bairros refletem diretamente no uso do serviço público de saúde. É importante ressaltar, a necessidade de práticas de prevenção acentuadas nessas áreas, para que haja achatamento da curva nessas regiões, bem como, o atendimento oportuno aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)", aponta o relatório.

Na segunda-feira (1º), o secretário municipal de Saúde, George Antunes, criticou quem defende a reabertura do comércio e afirmou que a capital deve chegar ao pico da curva epidemiológica próximo ao dia 15 de junho.

"Ou a gente fecha a metade dessas portas que estão abertas, que eu acho um absurdo o que está acontecendo, ou nós vamos ter um caos. Se vocês estão achando que a situação está crítica, é porque vocês não tem noção exata do que virá. A se manter nessa condição, nós vamos ter pessoas morrendo nas calçadas, sem ter direito nem a entrar em uma unidade de pronto-atendimento ou hospital", disse.


Pacientes sem atendimento
Após peregrinar em busca de atendimento em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), uma idosa de 97 anos aguarda um leito de internação sentada em uma poltrona desde a tarde de terça-feira (2) em Natal. Com 42 graus de febre, falta de ar e dores no corpo - sintomas da Covid-19 - a paciente foi deixada na Unidade de Pajuçara, onde ainda aguarda um leito.

Nos últimos dias, o G1 contou histórias de pacientes que morreram após passarem dias internados em UPAs aguardando uma vaga em UTI na capital. Também registrou o caso de uma UPA de Parnamirim, na região metropolitana, que fechou as portas por não ter mais condições de receber pacientes e de uma mulher que ficou deitada na calçada esperando atendimento.

Fonte: G1

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