quarta-feira, junho 03, 2020

Citada como exemplo por Bolsonaro, Suécia admite erro no combate à covid-19

O especialista responsável pela controversa estratégia da Suécia para enfrentar a pandemia de coronavírus admitiu, em entrevista veiculada nesta 4ª feira (3.jun.2020), que ter ido na contramão do resto do mundo pode ter sido um erro e causado mortes em excesso no país.

Enquanto países vizinhos impunham restrições para conter pandemia, Estocolmo tinha ruas cheias no início de abril. Na foto, Túnel de Brunkeberg, Stockhom, Suécia
© Peter Ivey-Hansen (via Unspash) Enquanto países vizinhos impunham restrições para conter pandemia, Estocolmo tinha ruas cheias no início de abril. Na foto, Túnel de Brunkeberg, Stockhom, Suécia

“Se estivéssemos diante da mesma doença, com o mesmo conhecimento que temos hoje, acho que a nossa resposta seria alguma coisa entre o que a Suécia fez e o que o resto do mundo fez”, disse o epidemiologista Anders Tegnell, em entrevista a uma rádio sueca.

Desde o início da pandemia, a Suécia adotou uma estratégia mais suave do que a maioria dos países europeus para conter o vírus, apelando para a responsabilidade individual de proteger grupos de risco e com poucas restrições de movimentação aos cidadãos.

Faculdades e universidades foram, de fato, fechadas, visitas a lares de idosos foram proibidas, assim como eventos com mais de 50 pessoas. Mas creches, escolas, restaurantes e comércio continuaram abertos, o que acabou mudando pouco a rotina dos suecos.

A abordagem mais relaxada para conter o vírus vinha recebendo críticas no país. Em abril, por exemplo, um grupo de 22 cientistas das mais renomadas universidades do país publicou uma carta repudiando a estratégia do governo do primeiro-ministro Stefan Löfven (social-democrata) e cobrando restrições mais duras de movimento.

O caso sueco chegou a ser citado como exemplo pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que, sem base científica, abertamente se opõe ao confinamento obrigatório. Mas os números sugerem uma estratégia problemática por parte da Suécia.

Fonte: Poder 360

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