terça-feira, maio 15, 2018

Confrontos em Gaza deixam mais de 50 mortos no dia em que EUA inauguram embaixada em Jerusalém

Manifestantes palestinos correm para se proteger de tiros e bombas de gás atiradas por tropas israelenses durante protesto na fronteira entre Israel e Gaza contra a inauguração de embaixada dos EUA em Jerusalém (Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
Manifestantes palestinos correm para se proteger de tiros e bombas de gás atiradas por tropas israelenses durante protesto na fronteira entre Israel e Gaza contra a inauguração de embaixada dos EUA em Jerusalém (Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém nesta segunda-feira (14), dia em que o Estado de Israel completa 70 anos e em que confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza deixaram dezenas de mortos.

Os palestinos protestam na fronteira desde o dia 30 de março, na chamada Grande Marcha do Retorno, que evoca o direito dos palestinos de voltarem para os locais de onde foram removidos após a criação do Estado de Israel, em 1948. Nesta segunda, ainda protestam contra a inauguração da representação diplomática dos EUA em Jerusalém.

Até as 19h30, pela hora de Brasília, havia 58 mortos, segundo autoridades palestinas. O Ministério da Saúde palestino informou ao jornal "Haaretz" que há mais de 2200 feridos. De acordo com o embaixador palestino na ONU, entre os mortos há 8 crianças com menos de 16 anos.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu defendeu o uso da força na Faixa de Gaza: “Todo país tem a obrigação de defender o seu território. A organização terrorista Hamas proclama a sua intenção de destruir Israel e envia com esse fim milhares de pessoas para forçar a fronteira”, disse pelo Twitter reiterando que Israel segue atuando “com determinação” para impedir isso.

A Casa Branca também culpou o Hamas pela violência e afirmou que Israel tem o direito de se defender.

Ivanka Trump inaugura embaixada dos EUA em Jerusalém nesta segunda-feira (14) (Foto: Ronen Zvulun/Reuters)
Ivanka Trump inaugura embaixada dos EUA em Jerusalém nesta segunda-feira (14) (Foto: Ronen Zvulun/Reuters)

Houve ainda protestos do lado de fora do prédio em que passa a funcionar a embaixada americana. A polícia tentou conter e afastar os manifestantes, e 14 pessoas foram detidas.

A cerimônia de abertura foi conduzida pelo embaixador americano em Israel, David Friedman.

Polícia detém homem do lado de fora do prédio em que embaixada americana foi inaugurada nesta segunda-feira (14) (Foto: Ammar Awad/Reuters)
Polícia detém homem do lado de fora do prédio em que embaixada americana foi inaugurada nesta segunda-feira (14) (Foto: Ammar Awad/Reuters)

Em uma mensagem gravada em vídeo, o presidente Donald Trump disse que era necessário "admitir o óbvio": que a capital de Israel é Jesusalém. Também afirmou que os EUA estão comprometidos com a paz na região.

"Os EUA continuam totalmente comprometidos em facilitar um acordo de paz duradouro. Os EUA sempre serão um grande amigo de Israel e um parceiro na causa da liberdade e da paz", disse Trump.

Embaixador americano David Friedman chega à inauguração da embaixada em Jerusalém nesta segunda (14) (Foto: AFP/Menahem Kahana)
Embaixador americano David Friedman chega à inauguração da embaixada em Jerusalém nesta segunda (14) (Foto: AFP/Menahem Kahana)

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que estava "profundamente emocionado e profundamente grato".

"Que dia glorioso. Lembrem este dia. Que dia histórico!", afirmou.
"Este é um momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer o que pertence à história, você fez história", disse Netanyahu.

Entre as personalidades israelenses também estavam presentes o presidente de Israel, Reuven Rivlin, e o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Entre a delegação americana, Ivanka Trump e Jared Kushner, filha e genro e conselheiros do presidente americano, e Steven Mnuchin, secretário de Tesouro dos EUA.

A nova embaixada está no bairro de Arnona, em Jerusalém Ocidental, num prédio construído em 2010. Parte do terreno era considerada, até a Guerra dos Seis Dias (1967), terra de ninguém.

Em uma primeira fase, a embaixada ficará dentro da seção de vistos do consulado-geral dos EUA em Jerusalém. O imóvel sofreu adaptações para receber o embaixador David Friedman e sua equipe. Em até um ano, um novo anexo será construído para ampliar o espaço da embaixada. O objetivo é construir uma sede própria para a representação diplomática em até dez anos.

Fonte: G1

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