terça-feira, maio 08, 2018

Chapecoense faz acordo trabalhista com parentes de vítima do acidente aéreo e vai pagar R$ 60 mil

Equipe de resgate trabalha após acidente com voo da Chapecoense, em novembro de 2016 (Foto:  Jaime Saldarriaga/Reuters)
Equipe de resgate trabalha após acidente com voo da Chapecoense, em novembro de 2016 (Foto: Jaime Saldarriaga/Reuters)

A Chapecoense fez o primeiro acordo trabalhista relacionado a familiares das vítimas do acidente aéreo que deixou 71 mortos em novembro de 2016, divulgou o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT-SC) nesta segunda-feira (7). O time vai pagar uma indenização de R$ 60 mil por danos morais aos pais do jogador Dener Assunção Braz, que morreu na queda do avião.

Este é o primeiro acordo entre o clube e famílias das vítimas feito na Justiça do Trabalho no estado. O TRT-SC informou que há outros 17 processos semelhantes em tramitação em Santa Catarina. Por nota, o time confirmou a indenização por danos morais.

A aeronave, da empresa Lamia, caiu na Colômbia e apenas seis pessoas sobreviveram. A maior parte dos passageiros integrava a delegação do time de futebol, que estava a caminho da final da Copa Sul-Americana quando houve a queda do avião.

Decisão
A decisão da indenização foi dada pela 1ª Vara do Trabalho de Chapecó, no Oeste catarinense. O pagamento deverá ser feito em 10 parcelas mensais ao pai e à mãe do jogador, até janeiro.

A ação pedia indenização por danos morais e pensão vitalícia pela morte do atleta. Os pais alegaram que ele contribuía para o sustento deles.

Dener Assunção Braz nasceu em Bagé (RS) e morreu com 25 anos, deixando mulher e um filho de 2 anos, informou o TRT-SC. Ele iria se casar com a companheira na semana seguinte ao jogo para qual o time viajava quando houve o acidente.

Relatório da Aeronáutica Civil da Colômbia
Em 27 de abril, a Aeronáutica Civil da Colômbia divulgou o relatório final sobre o acidente com o voo da Chapecoense. A conclusão mostrada no documento é que faltou combustível para chegar a Medellín e que a empresa aérea Lamia fez gestão de risco inadequada.

Conforme o documento colombiano, a tripulação do voo 2933 da Lamia falou do risco de ficar sem combustível mais de duas horas antes de o avião cair.


Entre as principais conclusões apresentadas na Colômbia estão:

40 minutos antes do acidente, o avião já estava em emergência e a tripulação nada fez. Houve indicação, luz vermelha e avisos sonoros, na cabine. "A tripulação descartou uma aterrisagem em Bogotá ou outro aeroporto para reabastecer", diz o documento.
o controle de tráfego aéreo desconhecia a "situação gravíssima" do avião.
a tripulação era experiente, com exames médicos em dia.
o contrato previa escala entre Santa Cruz e o aeroporto de Medellín, mas a empresa planejou voo direto.
a Lamia estava em situação financeira precária e atrasava salários aos funcionários. A empresa sofria de desorganização administrativa.
a Lamia não cumpria determinações das autoridades de aviação civil em relação ao abastecimento de combustível. Quando foi apresentado o relatório preliminar, já havia sido destacado que o piloto estava consciente de que o combustível que tinha não era suficiente. O piloto, Miguel Quiroga, “decidiu parar em Bogotá, mas mais adiante mudou de ideia e foi direto para Rionegro", onde o avião caiu.
a Colômbia deve melhorar controles sobre voos fretados.

Fonte: G1

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