quinta-feira, março 15, 2018

Temer lamenta morte de vereadora e diz que crime foi ato de 'extrema covardia'

Marielle Franco, vereadora do PSOL, em foto de outubro de 2017 em debate na Câmara (Foto: Mário Vasconcellos/Câmara do Rio)
O presidente Michel Temer lamentou na manhã desta quinta-feira (15) o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista que a acompanhava na noite desta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. O presidente chamou o crime de ato de "extrema covardia" e disse que "não ficará impune".

"Lamento esse ato de extrema covardia contra a vereadora Marielle Franco. Solidarizo-me com familiares e amigos, e acompanho a apuração dos fatos para a punição dos autores desse crime", disse o presidente pelo Twitter. "Esse crime não ficará impune", completou.

O governo federal anunciou que vai acompanhar a apuração do crime. Segundo nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal (PF) à disposição para auxiliar em toda investigação. (íntegra da nota abaixo)

Em nota, a PF disse que acompanhará as investigações. “Em relação ao assassinato da vereadora no Rio de Janeiro, a Polícia Federal acompanhará as investigações e prestará o todo apoio necessário ao caso”, afirma a Polícia Federal.

Ainda na manhã desta quinta, o presidente Michel Temer deve tratar do assunto em reunião com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) e o General Carlos Alberto dos Santos Cruz, secretário-executivo do Ministério extraordinário da Segurança Pública.

Em nota, o ministro interino dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, informou que vai se encontrar nesta quinta com o interventor federal no Rio de Janeiro, general Walter Souza Braga Netto. O ministro vai reforçar o pedido de “rigor” nas investigações do assassinato da vereadora e do motorista.


Rocha adisse que o Observatório de Direitos Humanos da Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ObservaRio) e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos estão mobilizados para acompanhar o caso.

“O Brasil e o Rio de Janeiro não podem mais aceitar o estado de barbárie que leva a crimes como o que vitimou Marielle”, afirmou Rocha.

A vereadora e o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, foram baleados e morreram na hora. Assessora de Marielle, que também estava no carro, foi atingida por estilhaços e se tornou a principal testemunha do crime. Ela passou a noite prestando depoimentos à polícia. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.

Segundo as primeiras informações da polícia, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. Os criminosos fugiram sem levar nada. No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro.

O corpo de Marielle será velado na Câmara dos Vereadores a partir das 11h desta quinta-feira (15). 

Negra da Maré e socióloga
A vereadora Marielle Franco tinha 38 anos e se apresentava como "mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré". Ela foi a quinta mais votada da cidade nas eleições de 2016, com 46.502 votos, em sua primeira disputa eleitoral.

Na Câmara, Marielle fazia parte do grupo de 4 relatores de uma comissão criada em fevereiro para monitorar os trabalhos da intervenção federal na segurança pública do estado.

Um dia antes de ser morta a tiros, a vereadora do PSOL postou em sua conta no Twitter um desabafo sobre a criminalidade na cidade.

"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", postou na terça-feira (13). Marielle se referia à morte de um jovem no Jacarezinho, na segunda (12).

Repercussão
Prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão lamentaram a morte da vereadora.

Famosos e intelectuais usaram as redes sociais para repercutir e lamentar a morte de Marielle Franco.

O assassinato da vereadora também repercutiu na imprensa internacional. Veículos latino-americanos e europeus também deram destaque ao crime.

Ágatha Arnaus Reis, mulher do motorista da vereadora, lamentou a forma brutal com que o marido Anderson Pedro Gomes foi assassinado. “Anderson era uma pessoa muito boa, ele ajudava todo mundo no que ele pudesse. Um pai muito amoroso, um marido maravilhoso. E, como muitos nesse estado atual, fazendo bico pra tentar sustentar a família. Eu sou funcionária pública do estado. A gente tá vivendo um momento horrível. E Deus levou meu marido, não sei com que propósito. Ainda é difícil aceitar”, disse Ágatha Arnaus Reis, mulher de Anderson.

Nota da Presidência

O governo federal acompanhará toda a apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista que a acompanhava na noite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar em toda investigação.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

Fonte: G1

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