sábado, fevereiro 03, 2018

'Eu nem peguei a toalha, imagine jogá-la', diz Temer ao negar ter desistido da reforma da Previdência

O presidente Michel Temer (Foto: Marcos Corrêa/PR)O presidente Michel Temer negou, em entrevista exibida na noite desta sexta-feira (2), ter desistido de aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.

Temer concedeu entrevista ao jornal RedeTV! News e foi questionado sobre declarações recentes de integrantes do governo que teriam dado a entender que o Palácio do Planalto "jogou a toalha" e reconheceu que não conseguirá aprovar a reforma.

Como exemplo, os jornalistas citaram uma entrevista de Temer ao jornal "Estado de S. Paulo", na qual ele afirmou ter feito a sua parte na agenda das reformas. Além disso, lembraram declaração do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que admitiu nesta quinta (1º) parar em fevereiro a "batalha" pela aprovação da reforma da Previdência.

"Eu nem peguei a toalha, imagine jogá-la. Pelo contrário, até estou aqui falando sobre Previdência. A única coisa que temos dito é que, de fato, você não pode continuar com esse tema o ano todo. O que estamos dizendo é que tem que votar, pelo menos o primeiro turno, no mês de fevereiro".
Pelo calendário anunciado no ano passado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a reforma da Previdência começará a ser discutida na próxima semana. A votação está marcada para o próximo dia 19.

Apesar de o presidente afirmar que o governo conseguirá aprovar o texto, líderes governistas dizem que há cerca de 270 votos favoráveis à reforma.

Mas, por se tratar de uma emenda à Constituição são necessários os votos de pelo menos 308 dos 513 deputados.

Defesa da reforma
Na avaliação de Temer, a reforma proposta pelo governo ao Congresso "protege" os mais pobres e faz com que os trabalhadores dos setores público e privado estejam submetidos ao mesmo teto do INSS, atualmente em R$ 5,6 mil.

"Por incrível que pareça, isso gera economia para o Estado brasileiro, ao longo de dez anos, de cerca de R$ 600 bilhões", acrescentou.


Ao relembrar que em 2017 as contas da Previdência registraram déficit de R$ 268,8 bilhões, o presidente acrescentou que o rombo poderá chegar a R$ 330 bilhões nos próximos anos.

"Isso significa que o Brasil pode parar. Por isso, esta reforma, ainda suave, pode resolver este problema, para que os aposentados continuem a receber e os que vão se aposentar possam receber".
Outros temas
Saiba abaixo o que o presidente disse sobre outros temas:

Segurança Pública: "Eu mudei a denominação do Ministério da Justiça, que era Justiça e Cidadania, para Justiça e Segurança Pública, além de criar o Ministério dos Direitos Humanos. A partir daí, começamos a interferir muito mais na segurança pública. Agora há ideias que estamos estudando para, quem sabe, criar na esfera federal o Ministério da Segurança Pública, embora o Ministério da Justiça já seja Justiça e Segurança Pública".
Baixa popularidade: "Se eu quisesse ser popular, não faria as reformas que o Brasil precisa. [...] Quero ser lembrado como um presidente reformista, que teve a coragem de fazer reformas que vários outros que passaram não tiveram a ousadia de fazê-las."
Eventual candidatura: "Esta é uma matéria que vamos examinar no mês de junho, porque no mês de julho é que você tem inscrições, etc."
Candidato do governo: "Terá de haver um candidato que defenda as reformas. Quem for da oposição e quiser combater o governo, vai ter que dizer que é contra o teto dos gastos porque quer gastar à vontade e derrubar o país, é contra a reforma do ensino médio porque é a favor do ensino anacrônico do passado. [...] Eu duvido que alguém venha a assumir uma candidatura dizendo isso, porque isso se incorporou ao nosso sistema. [...] Tem de ter um candidato que defenda o legado do governo".

Fonte: G1

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