terça-feira, dezembro 05, 2017

Na Rússia, estádios têm projetos para não serem elefantes brancos


Na Rússia, assim como aconteceu no Brasil, já existe a preocupação com alguns dos estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo. O medo é que eles sejam subutilizados.
Lindos, imponentes, indomáveis. São estádios de futebol, mas, pela descrição, poderiam ser animais gigantescos.
Não é à toa que, no Brasil, quando obras como estádios viram equipamentos subutilizados, nós os chamamos de elefantes brancos. Na tradução para o russo, “bieli slon”.
       
“Na verdade, eu não sei o que significa”, disse o russo.
Uma viagem ao Brasil o ajudaria a entender. Pelo menos quatro estádios que lotaram na Copa de 2014, hoje são sinônimos de prejuízo ou até abandono.
Em Natal, ABC e América fugiram de custos muito altos. No Amazonas, o governo gasta R$ 550 mil por mês com uma arena que recebeu 26 torcedores na decisão de terceiro lugar do último estadual.
Em Cuiabá, a Arena Pantanal tem capacidade para 40 mil pessoas, mas a média de público de 2017 foi de 800 torcedores. Já que os clubes mato-grossenses não encantam, os times de futebol americano tentam ocupar o espaço.
No estádio mais caro do Brasil, jogos e shows não bastam para pagar as contas do mês. Hoje o Mané Garrincha virou também repartição pública do Distrito Federal.
“É deficitário, mas em função das secretarias que funcionam nas dependências do estádio a gente tem uma conta mais favorável”, disse Jaime Recena, secretário-adjunto de Turismo do Distrito Federal.
Na Rússia, das 11 cidades-sede da Copa de 2018, apenas cinco têm times de futebol na primeira divisão. 
Em Kaliningrado, a nova arena com capacidade para 35 mil pessoas vai receber quatro jogos na primeira fase do mundial. Depois ela será a casa do Baltika, um time de torcida pequena, que não joga a divisão de elite russa desde 1998.
Mas o governador de Kalingrado, Anton Alikhanov, disse que pretende usar o estádio para atividades esportivas com jovens, num um projeto chamado Herança, para viabilizar financeiramente o local.
O maior contraste entre beleza e aproveitamento da Copa do Mundo da Rússia fica em Volgogrado. O projeto de um estádio com capacidade para 45 mil pessoas encantou os russos. Mas o time da cidade está mais perto da terceira divisão do que da primeira.
O Rotor Volgogrado é atualmente o último colocado da segunda divisão russa. Apesar disso, o governo local aposta exclusivamente no clube para dar vida ao estádio, de projeto complexo, construído às margens do Rio Volga, e de custo não divulgado.
“As pessoas gostam de futebol aqui. Era normal ter 30 mil, 40 mil pessoas no nosso antigo estádio”, disse o governador Andrei Bocharov.
Mesmo com tantos indícios, é difícil achar um russo que acredite em novos elefantes brancos.
“É porque com os novos estádios vão surgir novos times e um futuro melhor para o futebol da Rússia”, disse um jovem russo.

Daqui a alguns anos eles vão entender que estes gigantes não estão em extinção.

Fonte:Jornal Nacional

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