terça-feira, dezembro 05, 2017

Homem é preso por engano no DF por crime que irmão cometeu

Um homem de 32 anos está preso no Centro de Detenção Provisória do Distrito Federal por um crime que o irmão cometeu há dez anos, de acordo com a Defensoria Pública. O Tribunal de Justiça do DF analisa um pedido de habeas corpus – mecanismo judicial usado para proteger o direito de liberdade de alguém que se sinta alvo de abusos de autoridade.
Segundo a defensora responsável pelo caso, Antônia Carneiro, o caso ocorreu em 2007, quando Jackson Beserra da Silva, de 30 anos, foi preso em flagrante após um roubo em Anápolis, Goiás. Sem documentos em mãos, ele assinou um termo de compromisso na Polícia Civil com o nome do irmão, Jefferson, que tem retardo mental moderado e depressão, de acordo com a mãe. 

Jackson respondia ao processo em liberdade quando, quatro anos depois, saiu a sentença de 5 anos e 4 meses de prisão por roubo qualificado, só que pro irmão. Somente no mês passado, o processo transitou em julgado – ou seja, não cabe mais recurso e a pena deve ser aplicada.
O irmão, Jefferson, foi preso no dia 21 de novembro em frente a um orelhão na rua onde mora, no Recanto das Emas. No dia seguinte, a família procurou a defensoria pública. Agora, a expectativa é que ele seja transferido para um presídio em Goiás. Enquanto isso, Jackson – que cometeu o crime – acabou preso por outro roubo, de um carro.
A mãe, Tereza Maria Beserra, disse que o filho admitiu ter usado o nome do irmão para "não ficar tanto tempo na prisão". Segundo ela, na época do crime, Jefferson morava com o pai no Ceará – ele recebe pensão do INSS por conta da saúde debilitada.
Falha de segurança

Laudo da perícia da Polícia Civil do Distrito Federal aponta diferença entre digitais de criminoso e irmão, preso por engano (Foto: TV Globo/Reprodução)
Laudo da perícia da Polícia Civil do Distrito Federal aponta diferença entre digitais de criminoso e irmão, preso por engano (Foto: TV Globo/Reprodução)

Segundo a defensora pública, quem cometeu o erro mais grave foi a Polícia Civil de Goiás, que não teria conferido as digitais do Jackson, que praticou o roubo, no dia em que foi preso em flagrante.
Por conta disso, ela solicitou à polícia de Brasília que fizesse um laudo comparando as digitais de quem foi preso em Anápolis no dia do roubo com as de Jefferson. Os peritos papiloscopistas do Instituto de Identificação afirmaram que as impressões são de pessoas diferentes.
Em 2012, Jackson tentou se passar pelo irmão de novo, mas neste caso, a Polícia Civil do DF ficou responsável pela detenção, conferiu a digitais e percebeu a tentativa de fraude.

Fonte: G1

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