quinta-feira, outubro 12, 2017

Nuzman renuncia à presidência do COB

Carlos Arthur Nuzman renunciou ao cargo de presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), nesta quarta-feira (11). Ele estava em seu sexto mandato à frente da presidência do COB, que se encerraria em 2020. Nuzman foi preso na quinta-feira (5), durante a operação Unfair Play, no Rio.
Advogados de Nuzman foram à Assembleia Geral Extraordinária, na sede do Comitê, e leram uma carta em que ele renuncia à presidência da entidade. A assembleia foi convocada pelo presidente em exercício, Paulo Wanderley, e reúne representantes de 30 confederações esportivas.
Aceita a renúncia de Nuzman, a questão da sucessão no COB foi discutida pelos dirigentes na tarde desta quarta-feira.

Carta de renúncia do Nuzman (Foto: G1 Rio)
Carta de renúncia do Nuzman (Foto: G1 Rio

Pelo estatuto do COB, em caso de vacância da presidência, assume automaticamente o vice, que no caso é Paulo Wanderley, eleito na chapa de Nuzman. A assembleia do COB vai marcar uma votação para escolher um novo vice-presidente, cargo que fica vago com a ascensão de Wanderley à presidência do Comitê. Entretanto, ainda não há data marcada para a votação, nem foram definidas as regras para as candidaturas.
Efetivado como presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) , Paulo Wanderley pediu união para enfrentar a crise que afeta a entidade.
Presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Miguel Cagnoni foi o primeiro dirigente a deixar a assembleia.
Ele disse que uma comissão formada por três membros foi escolhida para adequar o estatuto do COB às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Entre as modificações exigidas está a maior participação dos atletas na tomada de decisões da entidade.
Da comissão que vai modificar o estatuto do COB fazem parte os presidentes das confederações de Vela, Atletismo e Esgrima, além do judoca Tiago Camilo, como representante dos atletas.
Presidente do COB, Paulo Wanderley afirmou que a comissão formada nesta quarta-feira para modificar o estatuto da entidade não foi criada devido à prisão de Nuzman. "Isso já vinha sendo gestado aqui no Comitê. Essas mudanças são necessárias e serão implementadas em 45 dias", afirmou.
O dirigente disse que a renúncia de Nuzman já era aguardada, mas ainda permanecia uma incógnita. "Mas é sem dúvida um gesto que trouxe alívio a todos nós do COB".
Paulo Wanderley afirmou também que foi eleito para um mandato de quatro anos e que tem respaldo do estatuto para permanecer no cargo até o fim do prazo, em 2020.
Questionado sobre os escândalos de corrupção envolvendo dirigentes esportivos brasileiros dos últimos 30 anos, Paulo Wanderley disse que seu nome não engrossará a lista. "Uma coisa posso implementar: dar segurança ao público de que as coisas serão corretas no COB. Aqui se delega, mas também se fiscaliza", garantiu.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman chega na sede da Polícia Federal após ser preso no Rio de Janeiro (Foto: Bruna Kelly/Reuters)
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman chega na sede da Polícia Federal após ser preso no Rio de Janeiro (Foto: Bruna Kelly/Reuters)

Prisão preventiva por tempo indeterminado
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, aceitou nesta segunda-feira (9) o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e decretou a prisão preventiva de Carlos Arthur Nuzman, presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Ele está preso desde quinta-feira (5) e o prazo para a prisão temporária, de cinco dias, terminaria nesta segunda. Agora, a detenção se dá por tempo indeterminado.
Bretas também prorrogou prisão temporária de Leonardo Gryner, braço-direito de Nuzman e ex-diretor do COB e do Comitê Rio 2016. Ele também foi preso na segunda fase da operação "Unfair Play" (jogo sujo, do inglês), na quinta.
Segundos os investigadores, Nuzman e Gryner intermediaram o pagamento de propinas para que o Rio fosse escolhido a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Também estão envolvidos no esquema, investigado em cooperação com procuradores da França, o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro, e o empresário Arthur Soares, o "Rei Arthur", que está foragido.
Procuradoria da Suíça confirma que apreendeu barras de ouro
A Procuradoria Federal Pública da Suíça confirmou que apreendeu barras de ouro do presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil Carlos Arthur Nuzman. As autoridades suíças não disseram quantas barras foram encontradas nem onde elas foram apreendidas.
Segundo o Ministério Público Federal do Rio, Nuzman escondeu 16 barras de ouro, de um quilo cada, na Suíça e só declarou a posse à Receita Federal, depois que a casa dele foi vasculhada na primeira fase da operação.

Fonte: G1

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