segunda-feira, maio 22, 2017

Trump inicia visita a Israel e fala em 'oportunidade rara' para promover a paz na região

Donald Trump coloca um bilhete entre rochas do Muro das Lamentações, local de orações do Judaísmo, em Jerusalém, Israel (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou na manhã desta segunda-feira (22) uma visita a Israel, na segunda etapa da sua primeira viagem internacional. Ele convidou israelenses e palestinos a trabalhar juntos e disse ver "oportunidade rara" para promover a paz na região. A viagem do chefe de estado americano começou com uma visita à Arábia Saudita, rival histórico do Irã no Oriente Médio.
"Temos diante de nós uma rara oportunidade de trazer segurança, estabilidade e paz a esta região. Mas só poderemos chegar lá trabalhando juntos. Não há outro caminho. Eu vim a esta terra sagrada e antiga para reafirmar o vínculo inquebrável entre Estados Unidos e o Estado de Israel", declarou Trump, logo após desembarcar no aeroporto internacional Ben Gurion. O Air Force One aterrisou em Tel Aviv por volta das 12h30 no horário local (6h30, de Brasília).
A administração Trump, que pretende reativar um processo de paz estagnado entre israelenses e palestinos, pede que as duas partes adotem medidas para ajudar a restaurar um clima de confiança que favoreça o reinício do diálogo entre os dois lados, segundo a France Presse.

Críticas ao Irã
Trump participou de um encontro com o presidente israelense, Rueben Rivlin, em Jerusalém. Após a reunião, ele acusou o Irã de dar apoio aos "terroristas" e insistiu que Teerã nunca deve ter autorização para possuir armas nucleares, de acordo com a France Presse. "Estados Unidos e Israel podem afirmar com uma única voz que o Irã nunca deve ser autorizado a possuir uma arma nuclear - nunca, jamais - e que deve cessar o financiamento, o treinamento e o equipamento mortais de terroristas e milícias", declarou.

Visita histórica ao Muro das Lamentações
Trump se tornou o primeiro presidente americano em exercício a visitar o Muro dos Lamentações, local de oração sagrado para os judeus. Ao lado da mulher, ele também visitou a igreja do Santo Sepulcro, local santo católico, na Jerusalém antiga.
Nesta tarde, está prevista ainda uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Posteriormente, a agenda de Trump prevê também um encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

Presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania, foram recebidos no aeroporto de Tel Aviv pelo presidente israelense, Rueben Rivlin, e a mulher, Nechama, (à esquerda) e pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e a mulher Sarah (à direita) (Foto: Oded Balilty/ AP)
Presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania, foram recebidos no aeroporto de Tel Aviv pelo presidente israelense, Rueben Rivlin, e a mulher, Nechama, (à esquerda) e pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e a mulher Sarah (à direita) (Foto: Oded Balilty/ AP)

Hamas critica Trump
O movimento islâmico palestino Hamas criticou as declarações do presidente americano, consideradas um ataque contra a "resistência" palestina, de acordo com a France Presse.
Para o porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza, território governado pelo movimento islâmico desde 2007, elas "pretendem manchar a reputação da resistência palestina".
"O verdadeiro tributo pago ao Estado Islâmico (...), à Al-Qaeda, ao Hezbollah, ao Hamas e a tantos outros não se calcula em número de mortos, se calcula também em gerações de sonhos quebrados", afirmou Trump, no domingo (21) durante visita à Arábia Saudita.
Mushir Al Masri, alto dirigente do Hamas, acusou Trump de alinhamento com as políticas de Israel.

O presidente Donald Trump discursa após desembarcar no Aeroporto Internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv, Israel (Foto: Jack Guez/AFP)
O presidente Donald Trump discursa após desembarcar no Aeroporto Internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv, Israel (Foto: Jack Guez/AFP)

Greve de fome
Os palestinos da Cisjordânia ocupada fizeram uma greve geral nesta segunda em apoio a uma centena de prisioneiros palestinos em greve de fome em prisões israelenses. Há 36 dias os detentos iniciaram a greve de fome exigindo melhores condições carcerárias, segundo a France Presse.
Em Ramallah, sede da Autoridade Palestina, todas as empresas estavam fechadas e as ruas vazias. O transporte público estava paralisado. Diante dos campos de refugiados próximos de Ramallah as vias de acesso foram bloqueadas com latas de lixo e carros.
Em Hebron, no sul, as empresas, escolas e edifícios públicos estavam fechados, ainda de acordo com a France Presse.

Novas medidas israelenses
O governo de Israel aprovou no domingo (21) à noite uma série de medidas que pretendem facilitar a vida dos palestinos e favorecer sua economia, a pedido do presidente americano, ainda de acordo com a France Presse.
Entre as medidas aprovadas, Israel prolongou gradualmente o horário de abertura da passagem de fronteira de Allenby Bridge (ou ponte do rei Hussein), um ponto importante para os palestinos entre Cisjordânia e Jordânia, com o objetivo, a longo prazo, de deixar o local aberto 24 horas os sete dias da semana, informou a AFP, citando uma fonte que não quis se identificar. O governo israelense controla todos os acessos da Cisjordânia, território palestino ocupado há 50 anos.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e primeira-dama, Melania Trump, chegam a Israel na manhã desta segunda-feira (22)  (Foto: Amir Cohen/ Reuters )
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e primeira-dama, Melania Trump, chegam a Israel na manhã desta segunda-feira (22) (Foto: Amir Cohen/ Reuters )

Cooperação militar com Riad
Ao longo do final de semana, o líder norte-americano foi recebido calorosamente por líderes árabes, que se concentraram em seu desejo de reprimir a influência do Irã na região, um compromisso que não encontraram em seu antecessor, o presidente democrata Barack Obama, segundo a Reuters.
A recepção marcou um contraste com suas dificuldades em casa, onde Trump passa apertos para conter um escândalo crescente desde que demitiu o então diretor do FBI, James Comey, quase duas semanas atrás.
Em meio à visita de Trump a Arábia Saudita, o governo americano anunciou acordos de cooperação militar com os sauditas avaliados em US$ 110 bilhões.
Este pacote de equipamentos e serviços de defesa "apoia a segurança a longo prazo da Arábia Saudita na região frente às ameaças dos iranianos, enquanto reforça a habilidade do reino em contribuir para as operações antiterroristas em toda a região, reduzindo o peso sobre os EUA".
Segundo a rede CNN, o acordo fará chegar na Arábia Saudita navios, aviões e bombas fabricados pelos Estados Unidos. A administração Trump lançou o acordo como uma renovação do compromisso dos EUA com a região, embora muitas das vendas incluídas nele tenham sido aprovadas ainda pela administração Obama.

Fonte: G1

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