Rodovias do RN são avaliadas como “ruins” ou “péssimas”

Todas as rodovias estaduais do Rio Grande do Norte analisadas na 20ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, realizada pela Confederação Nacional do

Transporte (CNT), estão em estado 'ruim' ou 'péssimo'. As vias federais averiguadas no estado obtiveram a classificação 'regular'. A avaliação considera as condições do pavimento, da sinalização e da geometria da via.

O estudo investigou 1.854 km de estradas no RN, dentre rodovias federais e estaduais. Apenas 12 km tiveram seu estado considerado 'ótimo'; a pesquisa definiu 368 km como 'bom'; 861 km, como 'regular'; 354 km, 'ruim'; e 259 km, 'péssimo'. Ou seja, 33% das vias analisadas no estado foram consideradas ruins ou péssimas.

A pesquisa especifica os pontos pavimento, sinalização e geometria. Em alguns casos, como na RN-023, na RNT-104/BR-104 e na RNT-110/BR-110, os três quesitos foram definidos como 'péssimo'. A BR-101, que atravessa Natal, foi avaliada como 'regular' nos três fundamentos, assim como seu estado geral. A BR-304 também foi tida como 'regular', mas apresentou o critério pavimento como 'bom'.

No quesito geometria da via, o estudo mostra que 45% dos trechos analisados estão em 'péssimo' estado e 21,5% em situação 'ruim'. Quanto à sinalização, 20% dos quilômetros averiguados foram classificados como 'péssimos' e 10,7% como 'ruins'. Sobre a pavimentação, apenas 4% foram vistos como 'péssimos', enquanto 23,1% foram definidos como 'ótimos'.

Quanto às condições da superfície do pavimento nas rodovias, 52,2% das pistas estão desgastadas, 25,6% têm trinca ou remendos, 4% têm afundamentos, ondulações ou buracos e 18,2% estão em perfeito estado.

A Pesquisa constatou que, dos 103.259 km analisados pelo Brasil, 58,2%têm algum problema.  Em 2015, o investimento federal em infraestrutura de transporte em todos os modais foi de 0,19% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor investido em rodovias (R$ 5,95 bilhões) foi quase a metade do que o país gastou com acidentes na malha federal (R$ 11,15 bilhões) em 2015. Já em 2016, até setembro, dos R$ 6,55 bilhões autorizados para investimento em infraestrutura rodoviária, R$ 6,34 bilhões foram pagos. “Essa distorção nos gastos públicos tem causado graves prejuízos, desde o desestímulo ao capital produtivo, passando pelas dificuldades de escoamento da produção até a perda de milhares de vidas”, diz o presidente da CNT, Clésio Andrade.

Fonte: Tribuna do Norte