domingo, julho 31, 2016

Esporte olímpico se preocupa com o que virá após os jogos

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/A iminência da chegada dos Jogos ao Brasil fez com que o governo federal abrisse os cofres das estatais para investimento no
esporte.

Na semana da abertura, o clima entre dirigentes é de extrema preocupação com provável fuga ou corte maciço de recursos destas companhias após o evento, antes mesmo dos desempenhos em campos, quadras e pistas.

Neste ciclo 2012-2016, segundo levantamento da Folha, cinco grandes empresas do país injetaram R$ 650 milhões em atletas e confederações para ajudar a atingir meta estabelecida pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) de que a delegação termine entre as dez primeiras colocadas, pelo total de pódios.

A meta foi referendada pelo Ministério do Esporte por meio do Plano Brasil Medalhas, em que estatais também repassam verbas aos atletas.

O caso mais grave é o dos Correios. A empresa, que teve prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015, cortou no primeiro semestre 10% do total de repasse previsto no ano às confederações de esportes aquáticos, tênis e handebol.

"Infelizmente essa situação nos forçou a fazer alguns cortes nos valores de patrocínio das confederações, porém em nada afetaram as ações previstas no planejamento das seleções de alto rendimento", disse Cláudio Queiroz Ferreira de Souza, responsável pelo departamento de patrocínios.

O problema deve vir após a Olimpíada. A sinalização é que, em 2017, o repasse pode acabar por inteiro. "Tendo em vista o cenário atual, o nosso investimento está em fase de revisão", disse Souza.

A confederação de esportes aquáticos já foi avisada que dificilmente terá o patrocínio renovado. No ciclo, a confederação recebeu R$ 94,8 milhões dos Correios.

Para aquáticos, tênis e handebol, a estatal destinou R$ 146 milhões no período.

Também em crise, a Petrobras registrou perda de R$ 35 bilhões em 2015. O esporte consumiu R$ 52 milhões neste ciclo e está na mira.

"Todo o programa de patrocínio esportivo relativo às modalidades olímpicas será avaliado após os Jogos", afirmou assessoria da petroleira.

De 2011 para cá, a empresa decidiu patrocinar remo, taekwondo, levantamento de peso, esgrima e boxe. Além disso, criou um "time" com atletas de 15 modalidades olímpicas e paraolímpicas. Os contratos com as outras confederações são revistos anualmente e, em 2015, já havia sido feita uma revisão, para baixo.

À Folha no início do mês, Marcus Vinícius Freire, diretor-executivo do COB, afirmou temer o futuro. "Preocupa o Brasil neste 2017-2020. Não se sabe como vão ser as estatais."

A Caixa destinou R$ 153 milhões às quatro confederações esportivas olímpicas que patrocina e mais R$ 120 milhões ao Comitê Paraolímpico Brasileiro.

Entre Londres e Rio, não houve diminuição nos repasses. Agora, a Caixa disse que não avaliou o quanto de dinheiro manterá no esporte.

Das estatais contatadas pela Folha, Banco do Brasil e Furnas garantiram a manutenção de seus projetos esportivos.

O banco é a maior fonte de receita da Confederação Brasileira de Vôlei, com quem tem parceria desde 1991 e em quem injetou, até junho passado, mais de R$ 269 milhões nos últimos quatro anos.

Furnas, que investiu desde 2013 R$ 6,6 milhões, tem como meta "manter a quantidade e os valores investidos".

Fonte: Folha de São Paulo

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