segunda-feira, março 14, 2016

Recontagem confirma fuga de mais 4 presos da maior penitenciária do RN

Segundo a Coape, fugiram: Caio Flávio da Silva Chaga, Genilson Antônio do Nascimento, Johnny Ferreira dos Santos e Marcos Antônio da Mota Silva  (Foto: (Foto: Divulgação/Coape))Está confirmado: mais quatro presos conseguiram fugir da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, o
maior presídio do Rio Grande do Norte. A informação foi passada ao G1 pela Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape) logo após uma recontagem feita no interior do pavilhão 4 pelos agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE). Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.
Ainda de acordo com a Coape, os presos que escaparam são: Caio Flávio da Silva Chaga, Genilson Antônio do Nascimento, Johnny Ferreira dos Santos e Marcos Antônio da Mota Silva. Agora, chega a 131 o número de detentos que conseguiram escapar do sistema prisional potiguar somente este ano. A mais recente até então, tinha acontecido justamente no pavilhão 4 de Alcaçuz, de onde fugiram seis presos.
Para a fuga deste domingo, os presos escaparam usando a mesma escavação da quinta-feira. Só a saída do túnel que foi diferente, feita por um buraco aberto ao lado do que foi tapado.
Mais cedo, moradores da região, que residem ao lado do presídio, já haviam relatado terem visto quatro presos correndo em direção à mata. "Eles estavam com os corpos cheios de terra", disse uma mulher.
Visitas suspensas
Sempre nas quartas-feiras, Alcaçuz abre as portas para as mulheres dos apenados. É o dia da semana reservado para as visitas íntimas. Já nos finais de semana, acontecem as visitas sociais. Nos sábados e domingos, além das esposas, pais e filhos também têm acesso aos detentos. Neste domingo, apenas os pavilhões 1 e 3 receberam visitantes. No pavilhão 4, de onde acredita-se ter ocorrido a fuga, a visita deste final de semana foi suspensa por causa da fuga ocorrida na quinta-feira passada.
Já no pavilhão 2, foi liberada apenas a entrada de material de limpeza. As visitantes não puderam entrar porque os presos de lá também foram penalizados por terem tentado fugir na semana passada. Um túnel foi encontrado durante uma revista. Na ocasião, alguns detentos se rebelaram e arremessaram pedras contra os agentes. O diretor da penitenciário, inclusive, foi atingido na cabeça e levou cinco pontos.
Sistema em calamidade
O sistema penitenciário potiguar completa um ano em estado de calamidade pública no dia 17 deste mês. O decreto - que segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) será renovado por mais seis meses - foi necessário após uma série de rebeliões que destruiu boa parte das 33 unidades prisionais mantidas pelo estado.
Neste período, o Rio Grande do Norte recebeu o reforço de 200 policiais da Força Nacional e gastou mais de R$ 7 milhões na reconstrução dos presídios depredados. Melhorou ou piorou? Segundo o secretário Cristiano Feitosa, “melhorou muito pouco”.
Ao G1, o secretário fez uma avaliação e disse que “o sistema prisional potiguar possui hoje uma equipe de diretores mais integrada e informações estão sendo trocadas com mais rapidez, mas nesse um ano, mais precisamente no último semestre, a Sejuc está investindo pesado em planejamento e em medidas que vão se concretizar nos próximos seis meses. Então, as mudanças de maior efetividade e repercussão ainda estão por vir”, ressaltou.
Atualmente, ainda de acordo com o secretário, o Rio Grande do Norte possui algo em torno de 3.500 vagas para uma população carcerária de 7.500 detentos. “Ou seja, temos um déficit de 4 mil vagas para preencher”, revelou.
Para Feitosa, acabar com a superlotação é a única alternativa que a Sejuc tem para solucionar outros problemas do sistema. O secretário concorda que o inchamento dos presídios só fortalece as facções e incentiva as fugas. “Uma hora uma coisa explode”, observa.

Fonte: G1

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