quinta-feira, janeiro 28, 2016

Audiência da Zelotes tem bate-boca entre procurador e advogados

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O procurador da República Frederico Paiva bateu boca nesta quinta-feira (28) com advogados de réus acusados de envolvimento no esquema de corrupção investigado
pela Operação Zelotes durante depoimentos de testemunhas na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília.
Deflagrada em março de 2015, a Zelotes investiga a suposta venda de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) por parte de conselheiros do órgão ligado ao Ministério da Fazenda e também o suposto pagamento de propina na edição de três medidas provisórias: 471 (de 2009), 512 (de 2010) e 627 (de 2013).
A discussão começou quando o advogado João Alberto Soares Neto, que representa o réu Hallyson Carvalho Silva, pediu para registrar em ata que seu cliente não irá fazer delação premiada. O defensor afirmou ainda que investigadores da Zelotes têm tentado convencer Hallyson a fechar um acordo com o Ministério Público.
Neste momento, outros advogados que estavam na sala de audiências também se manifestaram, acusando integrantes da força-tarefa da Zelotes de assediar os réus para que firmem delações premiadas.
“Os réus deste processo têm sido procurados pelos delegados na prisão. Autoridades têm procurado réus. A defesa tem evitado tocar neste assunto para garantir a integridade física dos réus que estão presos”, declarou em alto tom o advogado Marcelo Leal, que representa o lobista Alexandre Paes dos Santos, acusado de integrar o esquema de corrupção investigado pela Zelotes.
O procurador Frederico Paiva reagiu aos ataques dos criminalistas e criticou a atuação dos advogados, dizendo que a defesa não busca rebater o mérito das acusações.
“Graças a uma mudança de paradigma, a tática [dos advogados de defesa] não é defender o mérito”, enfatizou.
Nos primeiros dias de audiência, Paiva já havia acusado os advogados de tentarem “tumultuar” o processo em vez de rebater de forma objetiva as acusações do Ministério Público contra os 16 réus na ação penal.
Nesta quarta (27), também houve outro princípio de tumulto quando o procurador da República classificou de “mentirosas” afirmações feitas pelo advogado Alexandre Rassi de que o Ministério Público Federal estaria investigando parlamentares em outro inquérito, o que ensejaria a ida do processo para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Irritado nesta quinta-feira com a fala do integrante do MPF, o advogado Marcelo Leal disse que “não faz chicana”.
“O senhor está me acusando de fazer chicana. Cite uma tática chicaneira ou tentativa de manipular os autos! A defesa tem tentado de todas as formas trazer provas para inocentar os réus. Os réus são acusados por mera suposição e a defesa precisa fazer prova negativa”, ressaltou o criminalista.
Em meio à discussão, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, responsável pelo processo da Zelotes, determinou que todos se posicionassem para ouvir as testemunhas, e a audiência prosseguiu. Os depoimentos tiveram início na última segunda (25) e não têm data pra terminar. Mais de 90 pessoas foram chamadas a falar em defesa dos réus. 
Testemunhas
Arrolado como testemunha no processo da Zelotes, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega deverá ser ouvido por videoconferência, na sede da Justiça Federal em São Paulo, no dia 4 de fevereiro.
Na manhã desta quinta, o juiz Vallisney de Souza Oliveira marcou para 17 de fevereiro o depoimento do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), relator da MP 471, de 2009, que estendeu a vigência de incentivo fiscal às montadoras e fabricantes de veículos instalados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Esta medida provisória é uma das que estão sob suspeita de terem sido editadas para favorecer fabricantes de automóveis.
Com aval da Justiça, o parlamentar oposicionista prestará depoimento em seu próprio gabinete na Câmara dos Deputados. Ele falará como testemunha.
O magistrado encarregado pelos processos da Zelotes também agendou para 2 de fevereiro o depoimento do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge. Ele, no entanto, será ouvido no prédio da Vara Federal, em Brasília.

Fonte: G1

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