domingo, novembro 29, 2015

MP do DF acompanha apuração de incêndio em terreiro de candomblé

Incêndio em terreiro de Candomblé, em Brasília (Foto: Polícia Militar/Divulgação)O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do Ministério Público do Distrito Federal abriu processo administrativo para acompanhar a apuração do incêndio que atingiu um terreiro de
candomblé no Paranoá, em Brasília, na madrugada desta sexta-feira (27). Responsáveis pelo local dizem suspeitar de intolerância religiosa e de ação criminosa.
O terreiro é conhecido como templo Axé Oyá Bagan ou Casa da Mãe Baiana e fica em uma chácara no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, entre o Paranoá e o Lago Norte. O fato foi denunciado por meio do Disque 100, canal da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
O incêndio é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia. Até a tarde de sexta, a apuração não tinha esclarecido se o fogo começou por acidente ou se foi provocado. Seis pessoas dormiam no local no momento, mas ninguém ficou ferido. O barracão ficou completamente destruído.
"Chamei os meninos que estavam dormindo e a gente foi pegar água nas caixas d'água para apagar, mas aí o fogo invadiu. Esse fogo foi de fora para dentro. É a intolerância religiosa, mais uma vez, dentro de Brasília e nós precisamos tomar uma providência imediatamente, não podemos deixar mais", diz Adina Santos, a "Mãe Baiana" que administra o terreiro.
Segundo o MP, nenhum caso do tipo foi registrado no DF nos últimos três anos. Em setembro, dois templos de religiões de matriz africana foram incendiados em Águas Lindas e Santo Antônio do Descoberto, no Entorno.
"Quando, em outros países, se incendeiam igrejas cristãs e cristãos são degolados, entendemos que isso é inaceitável. Aqui no Entorno os mesmos atos de intolerância religiosa são praticados contra templos de religião de matriz africana. Os recentes atentados terroristas na França possuem a mesma raiz de intolerância religiosa. Não podemos admitir que a intolerância vença a democracia", diz o coordenador do NED e promotor de Justiça Thiago Pierobom.
Denúncias sobre atos de intolerância religiosa, racismo, xenofobia e outros tipos de discriminação podem ser encaminhadas à ouvidoria do MPDF, pelos números 127 ou 0800-644-9500, ao Disque 100 ou ao Disque Racismo, no 156, opção 7.

Fonte: G1

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