domingo, novembro 08, 2015

Agentes retomam o controle de presídios alvos de rebelião no RN

Controle foi retomado primeiro no Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte de Natal (Foto: Grupo de Escolta Penal)Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) e do Grupo de Escolta Penal (GEP) – unidades de elite que pertencem à Secretaria de Justiça e Cidadania do Rio Grande
do Norte (Sejuc) – conseguiram retomar o controle nos dois presídios da Grande Natal alvos de rebeliões nas últimas horas.
No Presídio Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte da capital potiguar, e na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, que fica em Nísia Floresta, município da região metropolitana, detentos atearam fogo em colchões e destruíram várias celas. Diretores das duas unidades ainda não sabem precisar o prejuízo causado com a depredação das instalações. Revistas ainda serão realizadas nas duas unidades. Não há registro de feridos ou de fugas até o momento.

08/11/2015 11h31 - Atualizado em 08/11/2015 11h34
Agentes retomam o controle de presídios alvos de rebelião no RN
Grupos de elite da Sejuc fizeram intervenções na manhã deste domingo (8). 
Carceragens foram incendiadas em Alcaçuz e na Cadeia Pública de Natal.
Anderson Barbosa
Do G1 RN
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 Controle foi retomado primeiro no Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte de Natal (Foto: Grupo de Escolta Penal)
Controle foi retomado primeiro no Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte de Natal (Foto: Grupo de Escolta Penal)
Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) e do Grupo de Escolta Penal (GEP) – unidades de elite que pertencem à Secretaria de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc) – conseguiram retomar o controle nos dois presídios da Grande Natal alvos de rebeliões nas últimas horas.
No Presídio Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte da capital potiguar, e na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, que fica em Nísia Floresta, município da região metropolitana, detentos atearam fogo em colchões e destruíram várias celas. Diretores das duas unidades ainda não sabem precisar o prejuízo causado com a depredação das instalações. Revistas ainda serão realizadas nas duas unidades. Não há registro de feridos ou de fugas até o momento.
O quebra-quebra começou na tarde do sábado. Primeiro foi em Alcaçuz, logo após a descoberta de um túnel escavado a partir do pavilhão 2. “Assim que acabou a visita social, por volta das 15h, os presos se amotinaram”, confirmou o secretário de Justiça e da Cidadania, o advogado Cristiano Feitosa. Em seguida, com a notícia de que a situação estava fora de controle na penitenciária, detentos do Raimundo Nonato também se rebelaram e começaram a destruir as carceragens da ala B. Colchões e lençóis foram queimados. Em pouco tempo as chamas se alastraram pelos corredores.

Quando os ânimos se exaltaram, o Batalhão de Choque da PM foi acionado para tentar retomar o controle em Alcaçuz, “mas sem efetivo suficiente, e também para evitar um confronto, os policiais recuaram e saíram da penitenciária”, revelou o secretário. Nas imagens gravadas por um policial militar posicionado em uma das guaritas, é possível ver o momento em que pedras são arremessadas na direção dos policiais, que recuam (veja vídeo acima). Mais tarde, os presos também atearam fogo dentro das celas.
Ainda de acordo com o secretário Cristiano Feitosa, o GOE não atuou na contenção dos presos ainda no sábado porque os agentes estavam com as viaturas quebradas. Nesta manhã, com um dos carros já funcionando, os agentes foram a Alcaçuz e conseguiram retomar o controle.

Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade prisional do Rio Grande do Norte (Foto: Canindé Soares/G1)Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade
prisional do RN (Foto: Canindé Soares/G1)
Interdições
O sistema penitenciário do Rio Grande do Norte possui atualmente 8.000 presos para 3.700 vagas. Das 33 unidades prisionais, 12 foram interditadas pela Justiça e não podem receber novos internos. A lista inclui:

- Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes (Cadeia Pública de Natal), em Natal;
- Centro de Detenção Provisória de Pirangi, em Natal;
- Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta;
- Presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta;
- Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega (Pereirão), em Caicó;
- Penitenciária Estadual de Parnamirim, em Parnamirim;
- Centro de Detenção Provisória de Parnamirim, em Parnamirim;
- Centro de Detenção Provisória de Nova Parnamirim, em Parnamirim;
- Centro de Detenção Provisória Feminino de Parnamirim, em Parnamirim;
- Cadeia Pública de Caraúbas, em Caraúbas;
- Cadeia Pública de Nova Cruz, em Nova Cruz;
- Centro de Detenção Provisória de Santa Cruz, em Santa Cruz.

Danos à estrutura da penitenciária de Alcaçuz ainda não podem ser quantificados (Foto: Divulgação/Sejuc-RN)Penitenciária de Alcaçuz foi uma das
mais danificadas durante as rebeliões de março
(Foto: Divulgação/Sejuc-RN)
Calamidade pública
O sistema penitenciário potiguar entrou em calamidade pública no dia 17 de março, logo após o fim de uma onda de rebeliões que atingiu pelo menos 14 das 33 unidades prisionais do estado. O decreto, renovado em setembro, tem validade até março de 2016. Além disso, também passa por um momento crítico com relação ao controle das unidades, hoje comandadas por facções criminosas que vêm se digladiando. Este ano, 22 detentos foram assassinados ou encontrados mortos em condições suspeitas e um adolescente morreu ao ser baleado em uma unidade para cumprimento de medida socioeducativa durante uma tentativa de resgate. Os números são da Coordenadoria de Análises Criminais da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), já foram gastos mais de R$ 5,6 milhões nas reformas das unidades depredadas. A secretaria reconhece que o sistema penitenciário do RN é ultrapassado e precisa de uma modernização com mais eficiência e tecnologia nos processos.

Fonte: G1

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