domingo, outubro 04, 2015

Polícia israelense proíbe palestinos de acessar Cidade Velha de Jerusalém

Forças de segurança israelenses fazem perícia em local do ataque na Cidade Velha de Jerusalem neste sábado (Foto: Ahmad Gharabli/AFP)A polícia de Israel anunciou neste domingo (4) a proibição do ingresso de palestinos à Cidade Velha de Jerusalém por 48 horas. A decisão foi tomada após dois ataques contra israelenses terem
sido registrados na região com um saldo de três mortos.

O setor antigo de Jerusalém, que é muito frequentado parecia uma cidade fantasma, com o comércio fechado e as ruas quase vazias, a não ser pela presença em massa de policiais.
É a primeira vez que as autoridades tomam esta medida, segundo a porta-voz da polícia, Luba Samri. Durante 48 horas, apenas os israelenses, os residentes na Cidade Velha, os turistas, os empresários e os estudantes podem entrar e circular pelo setor.
Segundo Samri, esta medida impedirá que a imensa maioria dos palestinos de Jerusalém Oriental, que vivem fora da Cidade Velha, possam ter acesso a essa parte da cidade. Os árabes israelenses, no entanto, poderão entrar na zona.
O acesso à Esplanada das Mesquitas foi proibido para homens com menos de 50 anos, uma medida utilizada habitualmente em momentos de tensão. Não há restrições para o acesso de mulheres.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou em caráter de emergência os principais altos comandantes do Exército, do serviço secreto e da polícia. A reunião vai acontecer imediatamente depois que o primeiro-ministro retornar dos Estados Unidos, onde estava desde a terça-feira (29) por ocasião de sua participação na Assembleia Geral da ONU, informaram fontes de seu escritório à agência EFE.
Já o governo palestino denunciou a escalada da violência de Israel em Jerusalém e na Cisjordânia. "O governo palestino denuncia a política de escalada das autoridades de ocupação israelense contra nosso povo em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada", afirma um comunicado, que pede a proteção da comunidade internacional.
Ao menos 77 palestinos ficaram feridos por disparos israelenses nas últimas 24 horas em meio a uma onda de violência na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, informou neste domingo a Crescente Vermelha palestina.
"Foram 18 feridos por balas reais e outros 59 por bales de borracha", afirmou a porta-voz Errab Foqaha.
Ela explicou que 139 palestinos foram atendidos por inalar gás lacrimogêneo e outros seis por terem recebido golpes de soldados ou colonos israelenses.

Ataques
O último ataque ocorreu neste domingo, quando um palestino morreu baleado após ter apunhalado um jovem israelense em um posto de gasolina. Segundo a porta-voz da polícia, Luba Samri citada pela emissora, neste novo caso de violência o palestino foi visto com uma faca e um policial atirou contra ele depois que feriu um adolescente.

Segundo a porta-voz da polícia, Luba Samri citada pela emissora, neste novo caso de violência o palestino foi visto com uma faca e um policial atirou contra ele depois que feriu um adolescente.

Este fato ocorreu poucas horas depois que dois israelenses foram assassinados no sábado na Cidade Antiga de Jerusalém por um jovem palestino de 19 anos em um ataque aparentemente relacionado com a recente tensão na Esplanada das Mesquitas e que segue ao homicídio na quinta-feira de dois colonos israelenses na Cisjordânia.
A Jihad Islâmica reivindicou oficialmente o ataque. Em comunicado, o porta-voz do grupo, Dawud Shihab, indicou que o atacante, um jovem de 19 anos identificado como Muhamad Halabi, da cidade cisjordaniana de Al-Bireh (ao leste de Ramala) era membro dessa organização armada e realizou o atentado em "vingança" pelas ações dos colonos judeus.
Este violento fato aconteceu no bairro muçulmano da cidade amuralhada quando o jovem palestino atacou com uma arma branca três membros de uma família israelense e a outro homem que iam rezar no Muro das Lamentações.
Após as facadas, pegou a pistola de uma das vítimas, com a qual disparou contra vários policiais e turistas antes de ser abatido a tiros por um agente, segundo a versão policial.
Dois homens israelenses morreram e outras três pessoas, entre elas uma criança de 2 anos, ficaram feridas e foram levados pela Estrela de Davi Vermelha (equivalente à Cruz Vermelha) aos hospitais de Hadassah Mount Scopus e Shaare Tzedek, ambos em Jerusalém.
O fato aconteceu em uma das áreas mais turísticas da cidade, perto das portas de Damasco e dos Leões, que dão entrada ao bairro muçulmano da cidade.

Protestos
Centenas de israelenses se manifestaram no centro da cidade para protestar contra o ataque palestino e hoje a imprensa fala da "contínua negligência" do primeiro-ministro para enfrentar os problemas de segurança atuais.
"O povo pede vingança", gritavam centenas dos manifestantes concentrados na frente da residência de Netanyahu, em uma expressão espontânea de ira que expressa o sentimento de grande parte da população nestes últimos meses.

Fonte: G1

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