segunda-feira, setembro 28, 2015

Obama pede na ONU que Congresso ponha fim ao embargo contra Cuba

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a Assembleia Geral da ONU nesta segunda-feira (28) em Nova York (Foto: Andrew Harnik/AP)O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira (28) durante seu discurso na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, que o Congresso levante o embargo
de seu país contra Cuba. Washington e Havana retomaram relações diplomáticas este ano, após uma aproximação mediada pelo Vaticano.
Obama disse estar confiante de que o Congresso "inevitavelmente levantará um embargo que não deveria mais estar em vigor", diante dos aplausos das delegações dos 193 países membros.
O presidente americano reconheceu que a política de Washington em relação a Cuba havia "falhado em melhorar a vida do povo cubano", mas ressaltou que os direitos humanos continuam sendo uma preocupação nas relações com Havana.
O embargo foi denunciado neste fim de semana pelo presidente cubano, Raúl Castro, diante da ONU, que considerou que essa política é "o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico" de seu país.
Obama restaurou formalmente os laços diplomáticos com a ilha caribenha, que fica a cerca de 144 quilômetros da Flórida, depois de mais de 50 anos de hostilidade e desconfiança mútua. Mas só o Congresso pode suspender o embargo, em vigor desde 1962, e é improvável que os líderes republicanos o façam.
Guerra na Síria
Obama concentrou grande parte de seu discurso nos problemas causados por guerras e conflitos no mundo, falando principalmente da Síria.
O presidente americano citou nominalmente Bashar al-Assad, ditador da Síria, chamando-o de "tirano", que "joga barris de bombas contra crianças inocentes". “Catástrofes como a vista na síria não acontecem em países com democracia genuína”, disse sob aplausos.
Segundo ele, a história mostra que os regimes que incitam sua população ao medo acabam caindo, mas que os regimes que investem em instituições democráticas duram.
A acusação é um ataque direto à Rússia e ao Irã por seu apoio militar ao regime sírio, e acontece um pouco antes do discurso que será feito pelo presidente russo Vladimir Putin. Apesar disso, o presidente americano disse estar disposto a trabalhar com todos os países, inclusive Irã e Rússia, para resolver a crise Síria.
"Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer nação, incluindo Rússia e Irã, para terminar o conflito", disse Obama na Assembleia-Geral da ONU. "Mas precisamos reconhecer que não pode haver, após tanto derramamento de sangue, tanta carnificina, um retorno ao status quo pré-guerra".
"Não há espaço para acomodar um culto apocalíptico como o Estado Islâmico e os Estados Unidos não fazem desculpas para usar nosso Exército como parte de uma ampla aliança para ir atrás deles", disse.
Obama disse que o mundo está vendo uma "erosão" dos princípios democráticos, e citou a crescente polarização e a criação de movimentos à extrema-direita e esquerda, sectarismo, racismo e antissemitismo. Ele criticou essa polarização, que chamou de política do "nós contra eles".
Para ele, nas últimas duas décadas, aprendemos que os ditadores podem prender opositores, mas não podem aprisionar ideias. Ele citou a necessidade, por todo lugar, que as pessoas têm de "fazer suas próprias escolhas". “Você pode controlar o acesso à informação, mas não pode transformar mentiras em verdades.”

Olhar para frente 
Obama começou seu discurso lembrando o papel da ONU, que evitou que o mundo enfrentasse uma Terceira Guerra Mundial e mostrou a superioridade da cooperação frente ao conflito.
Obama também falou sobre as guerras e conflitos existentes atualmente no mundo, destacou que os EUA não podem resolver os problemas do mundo sozinhos e clamou por uma integração maior do mundo na luta contra o terrorismo.
“Sabemos que os EUA não podem resolver os problemas do mundo sozinhos”, disse Obama, ressaltando que seu país aprendeu a lição no Iraque. “Nós, países do mundo, não podemos voltar às velhas formas de conflito. Não podemos olhar para trás. Vivemos em um mundo integrado. Nenhuma nação pode se isolar do risco de terrorismo.”
“A marcha do progresso humano nunca viaja em linha reta. É um trabalho ainda incompleto”, disse, lembrando que nas últimas sete décadas o mundo registrou conflitos terríveis, com diversas vítimas, e que "perigosas correntes" podem nos fazer recuar em relação ao obtido ao longo destes últimos 70 anos.
“Vemos estados frágeis em colapso, levando milhares de homens e mulheres às fronteiras, em uma escala épica”, afirmou.

Rússia
Obama também falou sobre a questão da Rússia com a Ucrânia. Ele disse que os EUA têm "pouco interesse econômico" na Ucrânia, mas que acreditam que os limites territoriais devam ser respeitados.
Ele negou que as sanções à Rússia sejam um "retorno à guerra fria" e defendeu o recurso à diplomacia, além de afirmar que não é de seu interesse uma Rússia isolada da comunidade internacional.
Assembleia
Obama foi o segundo chefe de Estado a falar na Assembleia, logo após a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Dilma disse em seu discurso que que é um "absurdo imperdir o livre trânsito de pessoas", ao comentar a situação de refugiados que tentam chegar a países da Europa.
"Em um mundo onde circulam livremente mercadorias, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir o livre trânsito de pessoas", disse a presidente. Ela voltou a declarar, a exemplo do que fez em discursos em reuniões na ONU nos últimos dias, que o Brasil está aberto para receber imigrantes.
Antes dos dois, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, abriu os trabalhos, com um discurso que também deu destaque para a crise de imigração e no qual pediu que os países europeus façam mais para ajudar os milhões de refugiados que chegam a seu território procedentes do Oriente Médio e da África.

Forças de paz
Mais tarde, depois de participar de uma runião paralela sobre manutenção da paz, Obama anunciou que mais de 50 países se comprometeram em oferecer 30 mil soldados e policiais para atuarem nas missões de paz da ONU.

"Mais de 50 países, de Bangladesh à Colômbia, da Finlândia à China, estão se comprometendo com 30 mil novos soldados e policiais no total", disse Obama na cúpula de líderes organizada pelos EUA para reforçar o apoio á menunteção de paz na ONU.

Fonte: G1

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