quinta-feira, julho 09, 2015

Rio Grande do Norte busca recuperar produção de leite

Setor busca alternativas para driblar a estiagem e retomar a produção de leite e corte (Foto: ASN/Divulgação)O prolongado período de estiagem nos últimos anos tem impactado diretamente diversas atividades econômicas no semiárido potiguar, porém uma das mais atingidas é a
pecuária leiteira. O setor busca a retomada do ritmo de produção, que registrou um leve crescimento de 3,92% entre 2004 e 2013. De acordo com análises da Unidade de Agronegócios do Sebrae no Rio Grande do Norte, o cenário é prejudicial para os pecuaristas, que ainda se mantêm na atividade frente à falta de investimentos no setor.

“Com a ausência de recursos, muitas vacarias foram fechadas, ou seja, muitos produtores ficaram endividados. É uma cadeia que atravessa muitos problemas conjunturais e que precisa de investimentos, como obras de infraestrutura hídrica”, afirma o gestor do projeto Leite e Genética do Sebrae-RN, Acácio Brito. Segundo ele, os dados da produção do bimestre maio-junho serão divulgados no próximo dia 14, quando a Câmara Técnica do Leite, na Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e da Pesca (Sape), apresenta o boletim bimestral completo sobre a temática.

Além do período seco, falta investimento na área para tornar a atividade cada vez mais atraente. A pesquisa Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE),aponta que entre os anos de 2004 e 2013, o estado apresentou um pequeno crescimento da produção leiteira na ordem de 3,92%. A produção oscilou em torno de 200 milhões de litros ano, colocando o RN como o sétimo estado produtor com um volume de 209,1 milhões de litros.

A produção de leite no Nordeste no ano de 2013 foi de 3.598.249 mil litros de leite, correspondendo a 10,5% da produção nacional. O estado maior produtor no mesmo ano foi a Bahia, com uma produção superior a 1,1 milhão de litros. Já o estado que apresentou a menor produção foi Piauí com um volume de produção de pouco mais de 82 mil litros. O estado de Sergipe foi o que mais cresceu a produção no período, saltando de 156,9 mil de litros no ano de 2004 para 331,4 mil de litros no ano de 2013.

De acordo com Acácio Brito, para reverter o quadro e ampliar a produtividade, principalmente de pequenos criadores, o Sebrae vem desenvolvendo várias ações, capazes de  diminuir os problemas ocasionados pelo inverno irregular. Uma delas é o Programa Balde Cheio, desenvolvido pelo Sebrae, Banco do Nordeste do Brasil e prefeituras. Em quase quatro anos a iniciativa já beneficiou cerca de 400 produtores nos municípios potiguares.

Leite e Genética

Dentro das ações do Programa Balde Cheio, está o projeto Leite e Genética. Através de consultorias tecnológicas, a iniciativa visa aumentar a produtividade do rebanho por meio de melhoramento genético direto na propriedade para criadores de raça leiteira e de corte. Através do Sebrae, o programa paga 80% dos custos dos investimentos a serem realizados nas propriedades rurais. Os outros 20% são contrapartida financeira do produtor que adere ao programa. Cerca de 350 produtores já fazem parte da solução.

O projeto foi lançado em março deste ano e vem impactando positivamente as comunidades potiguares assistidas. Uns dos resultados significativos estão na gestão da propriedade, manejo sanitário do rebanho e do aumento da qualidade do leite, que passou a ser averiguada de forma rigorosa. Além disso, está o melhoramento genético com o uso de biotecnologias de reprodução, do tipo IATS (Inseminação Artificial de Tempo Fixo) e FIV (Fertilização In Vitro). Em decorrência da iniciativa do Sebrae em parceria com a Associação Norte-riograndense de Criadores (Anroc), o Instituto BioSistêmico (IBS) está finalizando a construção do primeiro laboratório animal de fertilização in vitro do estado.

“Com a falta de recursos, muitas vacarias foram fechadas. Ou seja, muitos produtores ficaram endividados. É uma cadeia que atravessa muitos problemas conjunturais e que precisa de investimentos” Acácio Brito – Gestor do projeto Leite e Genética

Até o momento, 150 produtores de leite de 10 municípios potiguares solicitaram a ação. Até o momento, o número pela procura por fertilização in vitro chega a 414, sendo 339 de raças leiteiras e 75 de raças de corte. A expectativa é que ao longo deste ano sejam feitas 8.680 inseminações artificiais, sendo 5.130 de raças leiteiras e 3.550 de raças de corte.

“Beneficiar o homem do campo que produz leite é a principal saída para amenizar os problemas ocasionados pela seca. E a questão da fertilização in vitro, é o que há de mais moderno no mundo sobre o trabalho de melhoramento genético. Quando uma vaca é saudável, ela pode ter 10 filhotes. Com a fertilização in vitro, o animal pode ter até 100 filhos. Isso é bastante relevante para a cadeia produtiva de leite”, frisa Acácio.

Fonte: Portal Noar

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