quinta-feira, março 05, 2015

OLP corta toda coordenação de segurança com Israel

O presidente palestino Mahmoud AbbasLíderes da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), liderada pelo presidente Mahmoud Abbas, decidiram nesta quinta-feira (5)
interromper qualquer tipo de coordenação de segurança com Israel, disseram autoridades palestinas.

Três membros do CCP (Conselho Central Palestino), o segundo organismo palestino de maior poder de decisão, disseram à Reuters que a resolução foi tomada durante uma reunião de dois dias encerrada hoje.

Decisões tomadas pela OLP são normalmente cumpridas pela Autoridade Palestina. "O conselho decidiu interromper todas as formas de coordenação de segurança com Israel", disse um representante da OLP à Reuters.

Um comunicado divulgado pelo CCP disse: "A coordenação de segurança em todas as suas formas com a autoridade da ocupação israelense será interrompida à luz do não cumprimento [por Israel] de acordos assinados entre os dois lados."

O texto afirmou que Israel "deve fazer jus a todas as suas responsabilidades em relação ao povo palestino no Estado ocupado da Palestina como uma autoridade de ocupação, de acordo com a lei internacional."

A decisão deve certamente provocar Israel, que considera a coordenação de segurança um aspecto vital para manter a paz na Cisjordânia. As forças palestinas também precisam obter autorização israelense antes de enviar patrulhas para garantir a segurança em algumas áreas da Cisjordânia.

Autoridades israelenses não quiseram comentar de imediato a decisão tomada pelo CCP.

O comunicado também disse que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deveria "determinar um prazo final para o encerramento da ocupação israelense e assegurar que o Estado da Palestina esteja apto a praticar sua soberania sobre seu território ocupado desde 1967, incluindo sua capital em Jerusalém oriental, e resolver a questão dos refugiados em atendimento à resolução 194."

O texto afirmou ainda que "o conceito de um Estado judeu é rejeitado e também o de um Estado [palestino] com fronteiras provisórias é rejeitado. Qualquer fórmula que mantenha a presença de militares ou colonos israelenses em qualquer parte do território do Estado da Palestina é rejeitada."

ANP
Este organismo da OLP, integrado por 124 membros escolhidos do CNP (Conselho Nacional Palestino), resolveu manter intactas as instituições da Autoridade Nacional Palestina, criada em 1994 após a assinatura, no ano anterior, dos acordos de paz de Oslo rubricados com Israel.

"A ANP foi o resultado da luta nacional do povo palestino para passar da ocupação à independência. Suas instituições devem ser mantidas e não devem ser dissolvidas", indicou a resolução, que põe fim a especulações que apontavam sua possível dissolução.

Outra das medidas aprovadas no congresso foi a de boicotar todos os produtos israelenses e não só aqueles vindos de assentamentos judaicos.

Também foi formalizada hoje a decisão de rejeitar toda tentativa de Israel de ser reconhecido como Estado judeu, "assim como a islamização da região adotada por entidades extremistas".

No plano interno e sem mencionar o grupo islamita Hamas, a OLP defendeu reforçar a reconciliação nacional palestina de modo alinhado aos acordos relevantes, medida que "facilitará a reconstrução de Gaza, que sofre com o bloqueio ilegal e prolongado de Israel", país que foi definido como "potência ocupante".

Outra resolução prevê a realização "o mais rápido possível" de eleições presidenciais e parlamentares, incluídas do Conselho Nacional Palestino.

Além disso, tratou do apoio às iniciativas diplomáticas palestinas, incluídas a adesão a tratados e organizações internacionais, com o objetivo de insistir que a comunidade internacional torne Israel responsável por "violações sistemáticas do direito internacional".

Nesta linha, reiterou o apoio ao Alto Comitê Nacional para o TPI (Tribunal Penal Internacional), onde a Palestina deve se tornar membro de pleno direito em 1º de abril.

A OLP não desistiu de formular na Liga Árabe um novo projeto de resolução para o Conselho de Segurança da ONU que ponha uma data limite à ocupação dos territórios que Israel tomou na Guerra dos Seis Dias, em 1967, depois de fracassar uma tentativa em dezembro.

Fonte: Uol

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