quinta-feira, março 05, 2015

Mesmo sem acordo, greve dos vigilantes patrimoniais chega ao fim no RN

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Depois de três dias de paralisação, que fez com que agências bancárias e Previdência Social não realizassem atendimento ao público, vigilantes patrimoniais do
Rio Grande do Norte voltaram ao trabalho normalmente nesta quinta-feira (5). Porém, o fim da greve não significa que empresários e profissionais entraram em acordo. Muito pelo contrário. Os dois lados irão se resolver na justiça.

A decisão pelo fim da greve aconteceu ainda na noite dessa quarta. De acordo com Francisco Benedito, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Rio Grande do Norte (Sindsegur), uma liminar expedida pela justiça em favor da Prosegur (empresa de segurança), que obrigava o fim da paralisação, foi estendida para toda a categoria. “O juiz que concedeu a liminar, além de determinar a volta imediata dos trabalhadores da Prosegur, estendeu essa obrigação para o Sindesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada). Nós não fomos notificados de nada, mas ainda assim, fizemos uma assembléia e a maioria dos vigilantes decidiu pela volta ao trabalho”.

Ainda segundo Benedito, o recado foi “dado” pelos vigilantes, que agora estão em estado permanente de greve. “Há 20 anos que os vigilantes não faziam uma movimentação como essa. Os empresários pensavam que nós nunca iríamos fazer uma movimentação como essa. Sabemos que a população foi afetada pela nossa movimentação, mas nós somos trabalhadores, temos que buscar o nosso direito. Acredito que 90% da população nos apoiou durante a greve”.

Representantes dos vigilantes, das empresas de segurança privada e do Ministério Público do Trabalho têm audiência de conciliação marcada para esta sexta-feira (6), às 10h, no Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN). A audiência será presidida pela vice-presidente do TRT-RN, desembargadora Auxiliadora Rodrigues, e acontecerá na Ouvidoria do tribunal. Os vigilantes da segurança privada do Rio Grande do Norte reivindicam reajuste salarial de 12% e pagamento de R$ 15,00 de vale alimentação. As empresas de segurança privada fizeram uma contraproposta de 6,23%, que não foi aceita pelos trabalhadores.

Apesar de o encontro ser para tentar encontrar uma solução, o “embate” entre as partes deve durar mais algum tempo. “De maneira alguma iremos diminuir os valores que estamos pedindo. São valores justos, que irão proporcionar uma vida melhor para os vigilantes. Nós somos uma categoria de risco, que trabalha diretamente fazendo a segurança da população. Merecemos sim sermos valorizados”, disse Benedito. Já Rossini Braulino, presidente do Sindesp, afirmou que os empresários também não estão dispostos a aumentar a proposta. “Não estamos trabalhando com essa possibilidade (de aumentar a proposta). Os empresários irão se reunir nesta quinta para discutir o que vai ser feito e apresentado na audiência, mas na verdade iremos apenas reforçar a proposta que já fizemos”.

Liminar concedida pelo TRT-RN, há duas semanas, no julgamento de uma medida cautelar do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Norte (SINDESP/RN), obriga que 50% dos vigilantes trabalhem durante a greve da categoria sob pena de multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento. “Os vigilantes não obedeceram essa determinação e vamos cobrar isso da justiça. As pessoas sempre vêm os empresários como vilões, mas não é verdade”, frisou Braulino. Ainda de acordo com o presidente do Sindesp, o sindicato pode ser acionado na justiça pelos prejuízos que os bancos tiveram durante a paralisação. “Nós temos contratos com os bancos. No momento que os vigilantes fazem greve, o contrato está sendo descumprido. Se um contrato é descumprido, a parte afetada pode querer cobrar por isso”.

Já Francisco Benedito afirmou que em nenhum momento os vigilantes descumpriram a decisão judicial de manter os 50% de trabalhadores. Ele também denunciou que alguns vigilantes que participaram da greve já estão sendo demitidos. “Nós já estamos sofrendo perseguição por causa disso. Funcionários da Interfort foram demitidos. Não iremos aceitar isso. Próxima semana iremos fazer um protesto. Não vamos aceitar essa situação. Os trabalhadores que fizeram greve não podem ser demitidos por isso”.

Rossini Braulino negou que essa perseguição esteja acontecendo. “Nenhum das empresas irá demitir funcionários que participaram da greve. O que vamos cobrar é que as decisões judiciais sejam cumpridas. Se for determinada que a greve aconteceu de forma ilegal, vamos descontar os dias que os vigilantes não trabalharam. A greve é um direito de todo trabalhador, mas tem que ser feito de uma forma correta, obedecendo o que a justiça determina”.

Bancos recebem grande movimentação

Durante os três dias de paralisação dos vigilantes, muitas pessoas acabaram sendo prejudicadas e não conseguiram realizar pagamentos, ou sacar grandes quantias em dinheiro, que tem que ser feito diretamente na chamada “boca do caixa”. Com isso, nesta quinta, com as agências bancárias funcionando normalmente, a movimentação foi intensa durante toda a manhã em várias unidades.

Segundo informações do Banco do Brasil, o fluxo de pessoas nesta quinta, apenas nas primeiras horas da manhã, era de aproximadamente 10% maior do que um dia normal. Para o senhor Wilson Cardoso, embora seja direito dos trabalhadores, a greve dos vigilantes aconteceu em um momento no qual a população foi mais afetada. “Início de mês é complicado. É o período em que acontecem pagamentos. Eu, por exemplo, tinha que sacar o dinheiro que há mais de dois meses estou esperando, mas nos três dias eu fui em todas as agências do BB da cidade e não consegui”.

As unidades da Previdência Social que não receberam público nesta quarta, também voltaram a funcionar normalmente nesta quinta. As pessoas que estavam agendadas para atendimento no dia da paralisação, terão prioridade em novas marcações.

Fonte: Portal Jh

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