sábado, março 21, 2015

Após 3 dias de greve de fome, presos são transferidos de cadeia em MT

Cadeia Pública de Barra do Bugres, em Mato Grosso. (Foto: Reprodução/TVCA)Vinte e cinco presos da Cadeia Pública de Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá, foram transferidos para unidades prisionais de Cáceres e de Tangará da Serra, a 220 e 242
km da capital, após fazerem greve de fome para protestar contra a superlotação e a demora da Justiça no julgamento de processos. Após uma reunião entre representantes da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e a Defensoria Pública do Estado, na quarta-feira (18), foi feito um acordo para atender parte das reivindicações dos detentos.
A greve de fome dos detentos começou na última segunda-feira (16) e os presos voltaram a fazer as refeições nesta quinta-feira. Segundo a Sejudh, 15 detentos foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra e 10 para a cadeia pública de Cáceres. Além disso, a secretaria alegou que 25 alvarás de soltura foram cumpridos desde o início da greve de fome dos presos.
Ficou definido ainda que 50 tornozeleiras eletrônicas serão disponibilizadas para a liberação de alguns presos para o regime semiaberto. Ocorre que o problema mais grave é a superlotação. A cadeia pública tem capacidade para 74 detentos e atualmente está com 220. Por causa disso, alguns chegam a dormir agachados, como é o caso do filho da dona de casa Eva da Silva Freire, que cumpre pena por receptação e está em uma cela com dezenas de presos.
Os familiares dos presos alegam demora no cálculo das penas e também da análise dos pedidos que definem os regimes aberto e semiaberto. De acordo com o coordenador da Defensoria Pública, Ricardo Pereira, em um espaço onde caberia oito presos estava com 30.
Desde o início da greve de fome, cerca de 20 detentos condenados já foram transferidos para presídios de outros municípios do estado. O marido da cabeleireira Alessandra Macedo, por exemplo, conseguiu a transferência para o Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra, a 242 km da capital. Ele responde pelo crime de tráfico de drogas.
A maioria dos presos ainda não foi condenada. Em Barra do Bugres, 16 mil processos estão parados nas prateleiras e até mesmo no chão do Fórum, que atende outros dois municípios da região. Segundo o coordenador da Defensoria Pública de Barra do Bugres, o município só tem um juiz e isso atrapalha o julgamento. O problema da falta de juízes na comarca se arrasta há mais de quatro anos. 

Fonte: G1

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