sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Vídeo mostra interior de navio onde houve explosão, no ES

Funcionários de navio-plataforma chegam a hotel em Vitória (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Um vídeo gravado por um militar, nesta quinta-feira (12), mostra as primeiras imagens do interior do navio-plataforma Cidade de São Mateus após a explosão que atingiu
a embarcação na quarta-feira (11). O acidente deixou cinco mortos e 26 feridos, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Outros quatro tripulantes brasileiros ainda estão desaparecidos. Os corpos das cinco vítimas chegaram a Vitória na noite desta quinta-feira, e até as 11h desta sexta-feira dois já haviam sido reconhecidos, mas nenhum foi liberado pelo Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.
O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam no navio-plataforma no momento do acidente. Não houve vazamento de óleo no mar. Dos feridos, seis estão internados no Vitória Apart Hospital e um no Hospital Metropolitano, ambos na Serra, Grande Vitória, de acordo com o último boletim divulgado. Os demais trabalhadores foram resgatados e levados para um hotel em Vitória.
No vídeo, registrado por um militar que preferiu não se identificar, é possível ver algumas das áreas atingidas pela explosão. As imagens também mostram o nível da água subindo na área da casa de máquinas do navio, onde justamente ocorreu o vazamento de gás que culminou na explosão. De acordo com a BW Offshore, foi confirmado que o casco da embarcação ficou mesmo intacto.

As imagens são acompanhadas pela narração do próprio militar. É possível ver diversos profissionais trabalhando nas operações de resgate e perícia da embarcação. Segundo a própria narração, estão no navio militares da Marinha, Corpo de Bombeiros e profissionais de empresas privadas.
Mortos
Os corpos dos cinco funcionários que morreram durante a explosão do navio-plataforma chegaram a Vitória na noite desta quinta-feira (12), segundo a Infraero e a BW Offshore. Eles foram transportados por um helicóptero cargueiro e seguiram para o DML da capital. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que até às 12h desta sexta-feira (13) dois corpos haviam sido identificados, mas ainda aguardavam laudo do DML.
A BW Offshore ainda não divulgou os nomes das vítimas, mas informou que quatro são brasileiros e um é indiano.
Feridos
O Vitória Apart Hospital, na Serra, recebeu 12 feridos. Seis deles já haviam sido liberados e agora terão acompanhamento ambulatorial. Outros seis ainda permanecem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com o boletim de saúde desta sexta-feira.
Desses, três pacientes estão em estado mais crítico, embora estáveis, e seguem em tratamento especializado sob cuidados de uma equipe multidisciplinar. Os outros três pacientes continuam em observação, com quadro clínico estável.
O diretor do Vitória Apart explicou que, entre as pessoas que estão em estado grave, um é filipino. "O paciente filipino foi o único que chegou ao hospital sedado, os outros chegaram conscientes", disse.
Outros dois feridos foram encaminhados para o Hospital Metropolitano, na Serra. A assessoria da BW Offshore informou que um deles recebeu alta na manhã desta quinta-feira. Já o segundo paciente continuava internado no hospital até às 10h desta sexta-feira.
Protesto
Petroleiros fizeram uma manifestação, na manhã desta sexta-feira (13), para pedir por mais segurança no trabalho nas plataformas e refinarias. Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a média é de 15 mortes por ano, nesse setor. No Espírito Santo, a manifestação foi realizada antes do embarque para as plataformas, no Aeroporto de Vitória.
Os manifestantes são trabalhadores da plataforma P58, que fica no Campo de Jubarte, em Anchieta, e também os da plataforma Cidade de Vitória, a mais próxima da plataforma Cidade de São Mateus, onde aconteceu a explosão. Durante uma hora e meia, participaram de um ato pedindo segurança.
“A gente escolheu o aeroporto porque e o portão de embarque para os plataformistas da Petrobras. Como aconteceu esse acidente aí, em que tem pelo menos cinco vítimas, nós fizemos esse ato para alertar e conscientizar que se alguém tiver uma situação dentro das instalações da plataforma de segurança, é para avisar para o Sindicato, que ele vai tomar as providências cabíveis”, disse Paulo Rony, coordenador do Sindicato dos Petroleiros.

ANP
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi realizada uma inspeção estrutural na plataforma. Segundo a ANP,  a parcela submersa do casco encontra-se íntegra. 
A ANP ainda informou que a Petrobras é a responsável por responder pelo acidente no navio-plataforma, na qualidade de operadora dos campos Camarupim e Camarupim Norte. Por meio da asessoria de imprensa, a ANPdisse que seu relacionamento é com a concessionária, sendo que a responsável pela área é a Petrobras, independente de terceirização.
O procedimento da ANP é abrir um processo administrativo para investigar a causa do acidente e, se ao final dele houver determinação de multa, ela será aplicada à Petrobras.

Petrobras
O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado (contratado) pela Petrobras, que confirmou o número de vítimas e informou que havia 74 pessoas embarcadas no total – mas não especificou quantas trabalham para a petroleira.
"A unidade opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo, a cerca de 120 km da costa", afirma o texto.
A plataforma, que armazena e produz petróleo e gás, tem foco maior na produção de gás. Segundo a ANP, sua produção é de 2,250 milhões de metros cúbicos de gás/dia e 350 metros cúbicos de óleo/dia.
O FPSO Cidade de São Mateus foi o primeiro para gás instalado no Brasil. O contrato entrou em vigor em 2009 e tem duração até 2018.

Investigações
A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES), informou que foi aberto um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), para esclarecer as causas e responsabilidades pelo ocorrido na plataforma. "O prazo para a conclusão do inquérito é de 90 dias”, diz a nota.


Fonte: G1

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