sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Cessar-fogo é acertado na Ucrânia a partir de domingo

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, chega para negociações no palácio presidencial de Minsk nesta quinta-feira (12) (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)Os líderes da Alemanha, França, Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo para acabar com os combates no leste da Ucrânia, disseram nesta quinta-feira (12) os
participantes da reunião de cúpula.
O acordo foi alcançado após negociações durante toda a noite na capital bielorrussa, Minsk, entre Putin, os presidentes francês, François Hollande, e ucraniano, Petro Poroshenko, e a chanceler alemã, Angela Merkel, e inclui um cessar-fogo que entraria em vigor em 15 de fevereiro, seguido pela retirada das armas pesadas.
Os líderes rebeldes pró-Rússia também assinaram o documento.
O acordo prevê, além do cessar-fogo e da retirada dos beligerantes e das armas pesadas, a ampliação de uma zona de exclusão, que passa de 30 quilômetros a entre 50 e 70 quilômetros ao redor da linha de frente.
Os quatro líderes se comprometeram a respeitar a soberania e integridade territorial da Ucrânia, de acordo com uma declaração conjunta distribuída pelo Kremlin.
"A principal coisa alcançada é que a partir de sábado para domingo deve ser declarado um cessar-fogo geral, sem quaisquer condições em aspecto algum", disse o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, aos jornalistas.
Ele afirmou que o documento assinado pelos líderes tem o compromisso de que todas as forças militares internacionais sejam retiradas do território ucraniano. Entretanto, durante a reunião, 50 tanques entrara na Ucrânia vindos da Rússia, segundo autoridades locais.
Segundo o presidente russo, a Ucrânia deve realizar uma reforma constitucional para respeitar os direitos da população no leste do país, que é de maioria russa.

O presidente russo, Vladimir Putin, é visto no palácio presidencial em Minsk durante as negociações com a Ucrânia nesta quinta-feira (12) (Foto: Sergei Gapon/AFP)O presidente russo, Vladimir Putin, é visto no
palácio presidencial em Minsk durante as
negociações com a Ucrânia nesta quinta-feira
(12) (Foto: Sergei Gapon/AFP)
De acordo com o Kremlin, os quatro líderes confirmaram o respeito à soberania e integridade da Ucrânia, e disseram apoiar a continuidade de conversas entre a União Europeia, a Ucrânia e a Rússia sobre o fornecimento de gás, que também foi afetado com os confrontos.
Os quatro líderes irão pedir à União Europeia que apoie o acordo.
O chefe de Estado francês disse que há "uma esperança real" de resolver o conflito, mas "nem tudo está feito".
Mas a chanceler alemã reduziu consideravelmente o otimismo exibido pelas demais autoridades, ao declarar que não tem ilusões e que ainda restam grandes obstáculos.
"Agora temos um raio de esperança", disse Merkel, de acordo com declarações transmitidas por seus conselheiros.
"Mas não tenho nenhuma ilusão, não criamos ilusões. Ainda teremos grandes obstáculos pela frente, mas existe uma verdadeira oportunidade de fazer evoluir as coisas para melhor".
Um tom similar foi adotado pelo o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.
O acordo de Minsk "não é uma solução global e muito menos um avanço", afirma Steinmeier em um comunicado, apesar de admitir um "passo adiante que nos afasta de uma espiral de escalada militar".
A expectativa é que o resultado das conversações de Minsk influencie os debates em uma reunião de cúpula da UE em Bruxelas nesta quinta-feira, quando as sanções contra Moscou estarão na agenda. O acordo provavelmente significará uma linha mais branda em relação a Moscou.
Resistência dos rebeldes
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse após o anúncio do acordo que Putin pressionou os rebeldes pró-Rússia a concordarem com o cessar-fogo, o que segundo ela ofereceu um “lampejo de esperança” para o fim do conflito.
“O presidente Putin também colocou pressão nos separatistas para que eles concordassem com um cessar fogo a partir de 0h de domingo”, disse Merkel após a reunião.
Putin pediu aos soldados ucranianos cercados por separatistas em Debaltseve que deponham suas armas para que o cessar-fogo entre em vigor, como está previsto, no domingo.
"Os separatistas partem do princípio de que este grupo (de soldados) deporá as armas" antes do cessar-fogo, afirmou Putin, que avalia entre 6.000 e 8.000 o número de soldados cercados.
Para o líder separatista pró-Rússia Alexander Zajarchenko, o mapa do caminho é uma "esperança para uma resolução pacífica" do conflito iniciado em abril do ano passado no leste da Ucrânia.
"Não temos outro remédio a não ser dar esta oportunidade à Ucrânia. Todo o país mudará", disse outro líder rebelde, Igor Plotnitsky, depois que ambos assinaram o documento.
Mais cedo, participantes das negociações de paz afirmaram que separatistas pró-Rússia se recusavam a assinar um acordo, a menos que Kiev concordasse em retirar as tropas da cidade de Debaltseve.
Forças pró-Rússia no leste da Ucrânia aumentaram a pressão sobre Kiev lançando uns dos piores ataques da guerra perto da linha férrea da cidade de Debaltseve.

Fonte: G1

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