quinta-feira, outubro 16, 2014

Aécio e Dilma seguem com tiroteio verbal em novo debate na televisão

Os candidatos à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves (esq.), e PT, Dilma Rousseff (dir.), com assessores, durante intervalo no debate (Foto: Roney Domingos / G1)Os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) voltaram a trocar agressões verbais nesta quinta-feira (16) no segundo debate entre presidenciáveis do
segundo turno, transmitido pelo SBT e também organizado pelo portal UOL e pela rádio Jovem Pan. O tom foi semelhante ao do debate anterior, na última terça-feira, em que ambos se atacaram mutuamente. O G1 acompanhou em tempo real (veja aqui).
No debate desta quinta, o presidenciável tucano disse em várias passagens que Dilma "mente" e que a campanha dela produz ofensas contras os adversários. "Quem mente é o senhor", respondia a presidente, candidata à reeleição.
Em um dos momentos mais tensos do debate, os candidatos trocaram acusações devido ao emprego de irmãos no serviço público. Dilma questionou o fato de a irmã de Aécio, Andreia, ter sido empregada no governo de Minas Gerais na época em que ele foi governador. "Ela era responsável pela gestão das verbas em todas as questões relativas a propaganda", afirmou a petista, que, a exemplo do debate anterior. destacou que o rival empregou tia, tio e três primos no governo mineiro.
Aécio reagiu dizendo que a irmã assumiu o serviço de voluntariado de Minas Gerais, trabalhando sem remuneração e fez referência ao irmão de Dilma, Igor Rousseff. "A senhora conhece o sr. Igor Rousseff? Seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel [do PT, que governou Belo Horizonte entre 2002 e 2009] e nunca apareceu para trabalhar. A diferença é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada. O seu irmão recebe e não trabalha", respondeu o tucano.
Os candidatos começaram a atingir um ao outro logo na abertura do debate, quando responderam à pergunta "Por que quer ser presidente da República?"
Aécio iniciou, dizendo que é candidato "para encerrar um ciclo de governo que fracassou". Disse que a educação e a saúde pioraram e que o Brasil é um "cemitério de obras inacabadas". Dilma devolveu afirmando que é candidata de um projeto que é contra a "exclusão", referindo-se aos governos do PSDB. "Faço parte de um projeto que construiu as bases para um Brasil moderno, mais inclusivo, mais produtivo", declarou.
Os dois voltaram a discutir sobre corrupção na Petrobras. Aécio Neves mencionou auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e apontou irregularidades de R$ 18 bilhões na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Dilma afirmou que a diferença entre os dois é que ela manda investigar. "Onde estão os corruptos da compra de votos para a reeleição, do metrô de São Paulo, do Sivam, da privataria tucana? Todos soltos", disse, em referência a casos que envolveram integrantes do PSDB.
A petista citou denúncia de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimento ao Ministério Público, teria afirmado que deu propina ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra – que já morreu – para esvaziar uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar a Petrobras em 2009.
Na resposta, Aécio disse que, pela primeira, vez a presidente reconheceu denúncias de Paulo Roberto Costa, que fez acordo de delação premiada e, em troca de prisão domiciliar, passou a colaborar com a Justiça nas investigações sobre corrupção na Petrobras. "Se a sra. não tem receio, por que seu partido impediu que o sr. Vacari fosse à CPI"?, disse Aécio, referindo-se ao tesoureiro do PT, suposto beneficiário de propinas de contratos na estatal.
Dilma declarou que Aécio tem "dois pesos e duas medidas" e prometeu que investigará "sem constrangimento tudo e todos". O tucano também defendeu a investigação de "todos" e criticou o que chamou de tentativa do Planalto de impedir o funcionamento da CPI da Petrobras.
Noutro momento, Dilma questionou o tucano sobre a importância de se realizar o teste do bafômetro. "Eu tive um episódio em que parei numa blitz da Lei Seca com a licença vencida e não fiz o exame. Me arrependi disso", respondeu Aécio. Dilma disse que o assunto da Lei Seca tem que ser tratado com mais "cuidado". "Eu não dirijo sob efeito de álcool ou droga", afirmou a petista. "Seja correta, seja séria. Mentir e insinuar ofensas como essa é indigno para uma presidente da República", afirmou.
Aécio perguntou se a candidata "mente tanto" porque não tem "nada a apresentar". Dilma afirmou que a gestão do tucano em Minas deixou de investir R$ 7,8 bilhões na saúde e R$ 8 bilhões na educação. "Como o senhor acha que pode se sentar aqui e se furtar a explicar por que teve que assinar um termo de ajustamento de gestão?", questionou a petista. Aécio disse que Dilma desrespeita Minas e elogiou gestão do estado na saúde e na educação. Disse que o Tribunal de Contas aprovou contas do governo dele por unanimidade. Dilma disse que Minas não se confunde com Aécio e que nasceu no estado antes dele. "Eu nasci em Minas, saí de Minas não fui para passear no Rio de Janeiro", afirmou.
A exemplo do debate anterior, Dilma voltou a indagar o rival sobre a construção de um aeroporto no município de Claudio (MG), em uma fazenda que pertenceu ao tio do tucano. "Uma das coisas mais importantes do país é que não podemos tolerar uso de bens públicos para beneficiar A, B ou C", declarou. Aécio afirmou que é "muito triste ver uma presidente da República mentindo" e cobrou a entrega de aeroportos prometidos pela petista na Presidência.
Considerações finais
Nas considerações finais, Dilma afirmou que os governos passados "só viam as elites", mas que a gestão dela "olha para todos os brasileiros". Disse que o Brasil enfrentou a crise internacional "de peito aberto" e prometeu saúde e educação de qualidade e manter a "trajetória de conquistas sociais a todos".
O tucano afirmou que quer ser presidente porque, segundo ele, o Brasil "não pode viver mais quatro anos de tanto desgoverno". Ele disse que não quer dividir, mas ser presidente da "integração nacional" e afirmou que não tratará "o adversário como inimigo a ser batido a qualquer custo" e em favor da "verdade".

Fonte: G1

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