quinta-feira, outubro 16, 2014

Ativista preso com camisa do Corinthians é solto em Hong Kong

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O ativista Ken Tsang, membro do Partido Cívico de Hong Kong, foi solto e já voltou para casa após ser agredido e preso durante uma
manifestação pró-democracia nesta quarta-feira (15). Imagens do confronto entre policiais e manifestantes mostram o ativista sendo agredido com chutes e socos.
Tsang usava uma camiseta com o escudo do Corinthians e as inscrições, em português, "muitos vivem de títulos". Em sua página no Facebook, ele tem uma série de postagens que mostram uma visita ao Brasil durante a Copa do Mundo.

Vestindo uma camisa de torcida do Corinthians, Ken Tsang, membro do Partido Cívico (um dos grupos políticos pró-democracia de Hong Kong), é levado por policiais, antes de ser supostamente espancado pelas forças policiais (Foto: Philippe Lopez/AFP)Vestindo uma camisa de torcida do Corinthians,
Ken Tsang é levado por policiais antes da agressão
(Foto: Philippe Lopez/AFP)
Após ser solto, o ativista deu uma declaração à imprensa local afirmando que irá entrar com uma ação judicial contra a polícia de Hong Kong e os oficiais envolvidos pessoalmente na agressão. A polícia local já afastou pelo menos seis agentes de segurança e disse que irá investigar o caso.
“Vocês devem ter visto a gravação na qual vários policiais me agridem brutalmente. Eu fui detido, e fui agredido novamente na delegacia. Eu busquei auxílio legal para entrar com ações judiciais contra a polícia e o policial envolvido. Devido a essa ação legal, não vou dar mais detalhes agora”, disse Tsang a jornalistas após ser solto.
Em sua página no Facebook, o ativista também agradeceu a preocupação manifestada por sua prisão e pediu que as manifestações continuem. “Por favor sigam com o trabalho duro, a luta do movimento pelo sufrágio universal ainda não acabou, e eu espero que mais pessoas tomem as ruas.”

O ativista Ken Tsang é visto em hospital após ser agredido pela polícia em protesto em Hong Kong  (Foto: Reuters)

Investigação
As autoridades de Hong Kong afirmaram que vão investigar as agressões de policiais contra os manifestantes. O secretário de Justiça de Hong Kong, Rimsky Yuen, prometeu durante uma visita a Londres que essas investigações serão realizadas "de forma independente e imparcial".
Os Estados Unidos pediram uma "investigação completa" do caso. A Anistia Internacional em Hong Kong condenou a agressão ao ativista e pediu uma investigação rápida e que os responsáveis sejam punidos.

O líder estudantil Joshua Wong declarou que os manifestantes, que já estavam revoltados depois de terem sido atacados com bombas de gás lacrimogêneo em 28 de setembro, perderam qualquer confiança na polícia.
"O que a polícia deveria ter feito era escoltar o manifestante até a viatura, e não levá-lo para longe, agredi-lo com socos e chutes durante quatro minutos", disse, de acordo com a France Presse.

Foto mostra Tsang durante jogo da Copa do Mundo em SP (Foto: Reprodução/Facebook)Foto mostra Tsang durante jogo da Copa do Mundo
em SP (Foto: Reprodução/Facebook)
Viagem ao Brasil
Em sua página no Facebook, Tsang tem uma série de postagens que mostram  visita ao Brasil durante a Copa do Mundo. Com o rosto pintado com bandeiras do Brasil e da Coreia do Sul, ele assistiu a jogos no estádio do Corinthians, em São Paulo. Ken também publicou uma foto que aparentemente parece ser da Linha-1 Azul do metrô paulista.
No dia 5 de outubro, Tsang postou em português um agradecimento "pelo carinho e companhia" dos amigos da América do Sul. Ele relata que passou 11 meses na região, mas que "era preciso voltar e se juntar aos cidadãos nas manifestações para lutar por democracia e um futuro melhor". Dois dias depois, uma postagem mostrava que ele já estava em meio aos protestos em Hong Kong.
'Revolução dos guarda-chuvas'
Os protestos liderados por estudantes estão em sua terceira semana de ocupação de ruas do centro financeiro de Hong Kong. Eles pedem sufrágio universal sem condições e o fim do controle de Pequim sobre os candidatos para comandar o governo local.
Na última semana de setembro, o parlamento chinês aprovou uma medida limitando os candidatos da eleição de 2017 nessa região administrativa especial. O bloqueio de ruas e avenidas importantes transformou em caos a rotina neste território semiautônomo, no extremo-sul da China.
No início, os atos contavam com a simpatia da população, mas com os contínuos engarrafamentos e com o fechamento de lojas e escolas, o movimento começou a perder apoio.
Nos últimos dias, multiplicaram-se os confrontos entre manifestantes e indivíduos que seriam da máfia chinesa. Estes estariam agindo com o incentivo das autoridades do governo central de Pequim. Diante disso, os atos estão perdendo intensidade.
Uma pesquisa publicada na terça-feira pela Universidade de Hong Kong mostrou que o índice de popularidade do chefe do Executivo local, Leung Chun-ying, caiu 2,6% desde o final de setembro, chegando a 40,6%. Esse é o segundo percentual mais baixo de aprovação desde que chegou ao poder, em 2012.


Fonte: G1

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