O primeiro encontro de futebol de argentinos e brasileiros após a Copa do Mundo, que acirrou a rivalidade entre os vizinhos, foi marcado por
Na arquibancada, teve faixa provocando os brasileiros pela goleada por 7 a 1 para os alemães, mas, em campo o clima foi 'pacato' e contrastou com a batalha campal registrada ao final do primeiro jogo da decisão do título da extinta Conmebol, em 1997, vencida pelo Atlético-MG, por 4 a 1, mas que terminou com uma briga generalizada, em que os atleticanos levaram a pior. Na noite desta quarta-feira, predominou, na maior parte do tempo, a cordialidade. Provavelmente, contribuiu para isso, o bom relacionamento atleticano com os 'hermanos', depois que a seleção argentina fez toda sua preparação antes e durante a Copa do Mundo na Cidade do Galo, em Vespasiano.
Em retribuição, o Atlético-MG passou os últimos 10 dias treinando no CT da AFA, o que o ajudou a se adaptar ao clima frio de Lanús, a 16 quilômetros de Buenos Aires. Dos dois jogadores atleticanos que serviram à seleção brasileira, o goleiro Victor iniciou como titular, enquanto Jô ficou no banco, com André começando como centroavante. "O André participou de todos os treinos, dos amistosos, fez seis gols, e está em um momento em que deve começar, mas o Jô está no banco, pronto para jogar", explicou Levir Culpi, antes do início do jogo.
O treinador atleticano precisou apenas de um tempo para mudar de ideia, já que Jô voltou para o segundo tempo no lugar de André. E Levir não hesitou também e tirou Ronaldinho Gaúcho, promovendo a entrada de Guilherme. "É opção minha, ele (Ronaldinho) não sentiu nada", afirmou Levir Culpi, no intervalo, em entrevista à Fox Sports. De acordo com o técnico atleticano, o jogo estava perigoso para o seu time e as mudanças visavam melhorar a transição da defesa para o ataque. Apesar de Jô ter desperdiçado grandes chances, Tardelli fez na etapa final o gol do triunfo mineiro.
A Recopa Sul-Americana é disputada pelos campeões da Libertadores (Atlético-MG) e da Copa Sul-Americana (Lanús). Para o alvinegro mineiro é a possibilidade de conquista de mais um título inédito em sua história, que serviria também para aumentar sua galeria de troféus internacionais. O estádio La Fortaleza recebeu um público apenas razoável. Já a perspectiva para a partida da volta é de um Mineirão cheio. Nos primeiros dias de venda antecipada, em Belo Horizonte, foram comercializadas 36 mil entradas.
O primeiro tempo começou movimentado e bastante ofensivo. A bola pouco parava no meio de campo e os dois times chegavam com facilidade à área adversária. A consequência disso foram as sucessivas chances de gols de ambos os lados e boas participações dos goleiros Marchesín e Victor, nos 10 minutos iniciais de partida. Aos 9 min, Ronaldinho Gaúcho, livre, tentou encobrir o camisa 1 argentino, que fez boa defesa. A resposta dos visitantes foi no minuto seguinte. Victor defendeu, mas, na sequência, após saída errada de Leandro Donizete, a bola sobrou para Santiago Silva, que mandou por cima do travessão.
O ritmo era frenético. Lanús e Atlético-MG usavam a velocidade para fazer a transição da defesa para o ataque. A bola quase não parava. O time de Levir Culpi não se limitava a defender e buscava constantemente os contra-ataques, principalmente usando o avanço do lateral direito Marcos Rocha e as jogadas pelas extremas de Maicosuel, bem municiados por Ronaldinho Gaúcho e Diego Tardelli. No Lanús, uma das estratégias preferidas eram os cruzamentos dos dois lados do campo, em busca do centroavante Santiago Silva.
Quando tentava sair jogando na base do toque de bola, o Atlético-MG cometia erros de passes em excesso e permitia uma inversão, já que era o Lanús que, por volta dos 25 min, tentava contra-atacar. A sorte atleticana é que os atacantes argentinos estavam precipitados e se colocando seguidamente em impedimento. O ritmo da partida por volta dos 30 min já havia reduzido bastante em relação ao começo do encontro. Da mesma forma, as chances de gols, que passaram a ser ocasionais. Nos minutos finais, o ritmo voltou a se acelerar, mas a etapa inicial acabou mesmo com o empate sem gols.
E o Atlético-MG voltou com duas modificações para o segundo tempo: Guilherme e Jô nos lugares de Ronaldinho Gaúcho e André, respectivamente. Já o Lanús retornou com a mesma formação da etapa inicial. A primeira oportunidade da segunda etapa foi desperdiçada por Jô, após passe de Guilherme. O atacante que jogou a Copa do Mundo tentou encobrir o goleiro Marchesín, mas errou o alvo. Aos 13 min, Jô acertou a direção, obrigando o camisa 1 fazer boa defesa. No rebote, Guilherme, livre, chutou para fora.
Após esse susto e com Acosta no lugar de Melano, o Lanús partiu para cima, empurrado por seus torcedores, mas foi o Atlético-MG que marcou. Aos 21 min, Guilherme achou Diego Tardelli livre. O camisa 9 dominou a bola e bateu forte de esquerda, vencendo o goleiro Marchesín. Jô ainda desperdiçou mais três chances, após dois passes de Guilherme, e um em cruzamento de Emerson Conceição para aumentar a vantagem atleticana. Aos 45 min, brilhou a estrela de Victor, em defesa difícil em chute de Araújo.
LANÚS 0 X 1 ATLÉTICO-MG
Data: 16/7/2014 (quarta-feira)
Local: La Fortaleza, Lanús (ARG)
Árbitro: Antonio Arias (PAR)
Auxiliares: Carlos Cáceres (PAR) e Dario Gaona (PAR)
Cartões amarelos: Emerson Conceição, Pierre, Guilherme (ATL); Benítez, Gomez, Velázquez (LAN)
Gol: Diego Tardelli, aos 21 min do segundo tempo
LANÚS
Marchesín; Araujo, Gomez, Braghieri e Velázquez; Gonzalez, Somoza, Ayala (Ortiz) e Melano (Acosta); Benítez (Silva) e Santiago Silva
Técnico: Guillermo Barros Schelotto
ATLÉTICO-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho Gaúcho (Guilherme) e Maicosuel; Diego Tardelli e André (Jô)
Técnico: Levir Culpi
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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