sexta-feira, maio 23, 2014

Avó de Bernardo pede para deputado tirar foto do menino de propaganda

Assessoria do deputado deletou postagem após pedido de advogado em comentário (Foto: Reprodução/Facebook)A postagem de uma imagem de Bernardo Boldrini em uma propaganda no perfil de um deputado federal do Rio Grande do Sul no Facebook causou
desconforto à família materna do menino, assassinado no dia 4 de abril. Publicada na quarta-feira (21), a foto faz referência à aprovação no Congresso Nacional da Lei da Palmada, rebatizada de Menino Bernardo, que proíbe pais e responsáveis legais por crianças e adolescentes de bater em menores de 18 anos.
O corpo de Bernardo, que tinha 11 anos, foi encontrado enterrado em 14 de abril em uma cova em um matagal no município de Frederico Westphalen, na Região Norte do Rio Grande do Sul, a cerca de 80 km de Três Passos, no Noroeste, onde o garoto morava. Acusados de homicídio, o pai da criança, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Uglione, e a amiga dela Edelvania Wirganovicz são réus no processo. O irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz é acusado de ocultação de cadáver. Os quatro estão presos.
No post, o deputado celebra o avanço do projeto com a mensagem "Aprovamos a Lei Bernardo". Abaixo da imagem, havia um logo do deputado. "Não autorizei nenhum político a fazer isso. Acho que ele deveria ter pedido minha autorização", comentou a avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, 74 anos, que reside em Santa Maria, Região Central do Estado, reduto eleitoral do parlamentar.

Hospitalizada após morte de Bernardo, avó do menino recebe alta (Foto: Reprodução/RBS TV)Avó não quer uso da imagem de Bernardo para fins
políticos (Foto: Reprodução/RBS TV)
Procurada pelo G1, a assessoria do federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) informou que a postagem seria deletada, o que aconteceu por volta das 18h45. O advogado de Jussara, Marlon Taborda, alertou, em um comentário na rede social, a posição da família diante do tema. Conforme o gabinete dele no Congresso, o político não foi o autor da publicação e recebeu um comunicado na tarde desta quinta (22) sobre a contrariedade da avó.
"O que me chamou atenção é que poderia usar a foto, mas não com o logo dele. Nesse aspecto, aproveita um momento de clamor.  Eu vejo que a utilização dessa foto com o logo como imprópria", disse Taborda ao G1. De acordo com o advogado, o uso do nome de Bernardo no projeto originalmente batizado de "Lei da Palmada" foi visto como "positivo" pela família.
Aprovada em caráter terminativo, o texto seguirá diretamente para análise pelo Senado, sem necessidade de votação no plenário da Câmara. O projeto prevê que os pais que agredirem fisicamente os filhos devem ser encaminhados a cursos de orientação e a tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência.
A matéria não especifica que tipo de advertência pode ser aplicada aos responsáveis. As crianças e os adolescentes agredidos, segundo a proposta, passam a ser encaminhados para atendimento especializado.
O texto altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para incluir trecho que estabelece que os menores de 18 anos têm o direito de serem "educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante" como formas de correção ou disciplina.

Reprodução Cidade News Itaú via G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!