quarta-feira, abril 02, 2014

Denúncia investigada pelo MPE pode resultar na cassação da candidatura de Henrique

Blog Cidade News itaúO presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, fez questão de deixar claro, por diversas vezes, que o evento do PMDB na última sexta-feira não era
o lançamento da candidatura dele ao Governo do Estado. O problema é que todo o resto ali, no hotel Praiamar, em Natal, parecia ir de encontro aquilo. Tanto que o Ministério Público Eleitoral (MPE) recebeu uma denúncia e já abriu um procedimento para apurar o evento, se nele houve lançamento de candidatura fora do prazo legal e, consequentemente, propaganda eleitoral antecipada. O caso pode resultar em multa para a coligação e, até mesmo, cassação de registro de candidatura.

Não era para menos. Foram vários os discursos que enalteceram o nome de Henrique, da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, e do deputado federal João Maia. O próprio Henrique, depois de dizer que não era o lançamento de uma candidatura, chamou Wilma de “minha senadora” e depois disse que aquele era o momento mais importante da vida pública dele.

Mais importante por quê? Pelos elogios recebidos? Ora, desde que assumiu a presidência da Câmara Federal o parlamentar potiguar vem recebendo, sistematicamente, palavras elogiosas. Por isso, para muitos, ficou claro que era o momento mais importante porque ele começaria, ali, a corrida pela cadeira de governador do Estado, portanto, representando uma propaganda antecipada.

A vice-prefeita de Natal, cotada para ser pré-candidata ao Senado, afirmou que ainda estava “discutindo com o partido” se iria mesmo para a eleição disputar por esse cargo. Contudo, depois, durante o discurso, deixou claro: “Eu também poderia pensar de outra forma (ser candidato ao Executivo), mas eu estou querendo a paz, somar forças em prol do Rio Grande do Norte”.

É importante ressaltar que a própria fórmula do evento deixou margem para que se questionasse se era o lançamento de uma candidatura. Afinal, foram convidados todos os peemedebistas e pessebistas, assim como se faz numa convenção (permitida apenas para julho). Tanto que o auditório do hotel Praiamar estava com mais de duas mil pessoas (e centenas ainda ficaram do lado de fora).

Outra característica de evento eleitoral: o teor dos discursos, todos enaltecendo a aliança e os pré-candidatos. Falou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, enaltecendo a chapa Henrique, Wilma e João Maia (“para que não pairem dúvidas, nosso vice será João Maia”, disse Garibaldi); depois, falou o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, do PDT, afirmando que Henrique estava apto para o cargo; o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, discursou em seguida, elogiando aquele grupo que estava ali, marchando junto para a eleição; o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, falou sobre o fato de Henrique está deixando o trabalho legislativo para ser candidato (e também o elogiou, como apto para o Governo); a mesma linha foi seguida pela vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, que também falou dela e do caminho que tinha “escolhido”, para unir forças.

Os discursos foram seguidos pelo líder do PSC e pelo presidente do PMDB Jovem, também enaltecendo o nome de Henrique. Finalmente, para fechar a noite, falou o próprio presidente e pré-candidato, dizendo da emoção do momento, que o Estado precisaria de mudanças e que a aliança representava a união de forças pelo Rio Grande do Norte.

INVESTIGAÇÃO

A apuração sobre o evento ficará a cargo do procurador eleitoral Fábio Venzon. O procedimento foi distribuído no final da manhã de hoje, após o procurador-regional eleitoral, Gilberto Barroso, receber uma representação formulada por um “popular” e solicitar a instauração do procedimento. É importante lembrar que são várias as punições previstas nesse caso, indo desde multa, até proibição do registro de candidatura, em caso de reincidência.

Reprodução Cidade News Itaú via Portal JH

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